A Associação dos Praças de
Pernambuco divulgou uma nota, publicada no Blog de Jamildo, em que bateu pesado
no Secretário de Defesa de Pernambuco, Alessandro Carvalho. Este tentou
responsabilizar a tropa pelo aumento da violência no Estado, recebendo uma
resposta que lhe deixou na maior “saia justa”.
Confira a nota da Associação
dos Militares, que reconhece a falência do Pacto pela Vida:
A Associação de Praças de
Pernambuco (ASPRA-PE) está impressionada com as declarações do secretário de
Defesa Social o qual atribui o crescimento do número de homicídios em
Pernambuco, à decisão dos policiais civis e militares de estarem se recusando a
participar do programa de “jornada extra”. Em respeito à sociedade
pernambucana, é preciso esclarecer os fatos.
As declarações do secretário
foram, no mínimo, equivocadas. Até o momento, nenhum policial militar abandonou
o programa de jornada extra, mais conhecido como PJEs. Ameaçaram mas não
fizeram. Pelo contrário, continuam sofrendo, vendendo suas horas de folga para
garantir a segurança da população. Até porque o PJEs há muito tempo deixou de
ser voluntário para ser “voluntório”, ou seja, a tropa é praticamente obrigada
a aceitar.
Para quem não sabe, o PJEs é
um “bico” institucionalizado, ou seja, uma forma de complementar o salário. O
policial ou bombeiro, ao invés de fazerem serviços fora da Corporação, vendem
suas folgas para o próprio estado. O PJEs, na verdade, disfarça a carência de
efetivo. Como não tem PM ou BM suficientes para colocar nas ruas, os que
existem são remanejados.
Sendo assim, o policial faz,
em média, oito serviços de até oito horas ao mês. E os bombeiros, fazem até
três serviços de 24 horas. Menos horas de folga, menos tempo com a família, mais
risco de vida, mais estresse e problemas de saúde. Por apenas, R$ 120,00 a cada
serviço. O acréscimo no salário pode chegar a R$ 960 aos PMs e R$ 360 aos BMs.
Mas é um acréscimo temporário. Basta adoecer para perder tudo.
Há anos, a ASPRA – PE luta
pelo fim do PJEs pois considera que o programa vem escravizando a tropa. Muito
risco e pouco reconhecimento. A verdade é que, desde a última mobilização da
categoria, nada do que foi reivindicado pela tropa, foi atendido. Continuamos
sem o Plano de Cargos e Carreiras, sem as mudanças do Código Disciplinar, sem o
aumento salarial. O Hospital da PM cada vez mais sucateado, sem médicos.
Definitivamente, a falência
do Pacto pela Vida não é nossa culpa mas já era prevista. Por erros estratégicos
simples e, o principal deles, é que, quando os resultados são positivos, nunca
lembram que somos nós os elementos “número 1” no combate ao crime. Nada de
elogios. Nada de estímulos. Mas quando os números são negativos, somos nós os
culpados de tudo. Ora, secretário! A população pernambucana merece mais
respeito. E a tropa também.
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