quarta-feira, 19 de agosto de 2015

TCE condena prática de deputados de destinar emendas para shows.

A prática de destinar emendas para shows, por meio de ofício no qual se informava a data, a empresa e local, foi considerada irregular pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), em julgamento da auditoria especial pela Segunda Câmara, na manhã desta terça-feira (18). Sob a "cobertura" do orçamento impositivo sancionado pelo ex-governador Eduardo Campos, grande parte dos deputados estaduais passou a destinar emendas parlamentares diretamente para contratação de shows, que, na maioria das vezes, eram realizados em seus redutos eleitorais. Em pleno ano eleitoral (2014), foram mais de R$ 25 milhões gastos na contratação de artistas.

Sem qualquer controle por parte da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), que apenas autorizava o pagamento, o envio de emendas para shows se tornou rotina entre os parlamentares e houve casos, inclusive, de promoção pessoal, contratação de artistas para eventos privados e vínculos pessoais entre deputado e empresa contratada. Colocada na berlinda pelo TCE, a Empetur teve suas contas julgadas irregulares. O órgão multou o ex-presidente da Empetur, André Samico, no valor de R$ 10 mil, e em R$ 5 mil Jane Cavalcanti de Mendonça, Jéssica Pessoa de Menezes e Simone Vasconcelos, todas em posições estratégicas na empresa.


No seu voto, o relator da auditoria especial, conselheiro Dirceu Rodolfo rejeitou a tese da Empetur de que a ela cabia apenas cumprir com o exigido pelo parlamentar, dada a existência do orçamento impositivo (sancionado em 2013 pelo Ex-governador Eduardo Campos). O relator chamou esse argumento de "fetiche da emenda impositiva". "Não se sustenta a argumentação porque a emenda impositiva não justifica a anulação da impessoalidade, moralidade e interesse público, preconizados pela Constituição. Portanto, não autoriza o 'carimbo do recurso' feito pelos parlamentares. Eles podem indicar o tipo, a obra, mas não carimbar data, empresa e local para onde vão os recursos", pontuou.

Com voto pela rejeição, a conselheira Teresa Duere concordou que a prática é condenável. "Deixei de ser deputada faz 12 anos e sempre essa relação de festividade e Empetur foram problemas ao erário. Não existe isso de se apenas acatar o que o deputado determina por meio de ofício. É necessário que o gestor seja razoável e saiba utilizar a cultura do Estado", pontuou.

Do JC Online.

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