Por 56 votos a 19, o Senado aprovou nesta quarta-feira
(11/07) a cassação do mandato do senador Demóstenes Torres. Houve cinco
abstenções no processo de votação secreta. Assumirá o mandato de senador o
primeiro suplente de Demóstenes, Wilder Pedro de Morais, que é ex-marido de
Andressa Mendonça, atual mulher do empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos,
o Carlinhos Cachoeira.
Demóstenes foi condenado à perda de mandato pela acusação de
ter se colocado a serviço da organização criminosa supostamente comandada por
Cachoeira.
Assim que o resultado foi divulgado pelo painel do Senado,
Demóstenes não esperou a proclamação pelo presidente do Senado, José Sarney.
Ele se levantou, acompanhado de seu advogado, e seguiu para elevador privativo
que o levou até a saída do Senado. Sem dar entrevista, Demóstenes entrou no
carro de deixou a Casa.
Antes, em seu discurso de defesa, Demóstenes Torres se disse
vítima da imprensa e atacou o relator do seu processo no Conselho de Ética,
senador Humberto Costa (PT-PE).
Demóstenes reclamou de ter sido chamado de "braço
político" e de "despachante de luxo" de Carlinhos Cachoeira,
acusado pela Polícia Federal de comandar uma organização criminosa com a
participação de políticos e empresários. "Fui moído, triturado, achacado
na minha dignidade", reclamou o senador. “Fui chamado de despachante de
luxo, braço político. Como é que eu vou me defender disso, se é como acusar a
mulher de vagabunda. Tudo que ela disser vão dizer que ela está equivocada.”
Demóstenes lembrou que em 2004, a Polícia Federal realizou a
Operação Vampiro que investigou fraudes em compra de medicamentos, época em que
Humberto Costa era ministro da Saúde do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele também negou ter mentido no plenário do Senado ao se
defender das denúncias. "Eu não menti aqui. Eu tenho a conduta parlamentar
impecável. Quantas vezes eu procurei um senador aqui para pedir qualquer favor
para Carlinhos Cachoeira?", questionou Demóstenes.
O senador disse ainda que está sendo visto como um
"bode expiatório". “Querem me pegar porque vai ficar mal para a
imagem do Senado", destacou Demóstenes. O senador repetiu que a mentira
não configura quebra de decoro parlamentar. "Eu não menti, mas mentir não
é quebra de decoro. Um senador não pode ser julgado pelo que fala na tribuna
porque senão não sobra ninguém", atacou Demóstenes.
Antes do discurso de Demóstenes, o advogado Antônio Carlos
de Almeida Castro, ocupou por 15 minutos a tribuna do Senado. Ele defendeu que
Demóstenes foi alvo de uma campanha difamatória e que é acusado por gravações
que foram feitas de forma ilegal pela Polícia Federal. Além disso, de acordo
com o advogado, os vazamentos criminosos das gravações ocorreram com o objetivo
de provocar um prejulgamento tanto na justiça quanto no Senado.
"Estamos aqui para falar da vida de um senador que foi
submetido a gravações ilegais", disse o advogado. “Foram três anos um
senador da República gravado indevidamente, ilegalmente”, enfatizou.
O advogado apelou para que os senadores esperassem o
julgamento na Justiça para depois decidir sobre o mandato de Demóstenes.
"Lá [no julgamento na Justiça] teremos o conforto da Constituição",
disse o advogado. "A vida dá, nega e tira", ressaltou.
Almeida Castro também defendeu que a vontade dos eleitores
de Demóstenes deveria ser respeitada pelos senadores. "Mais de dois
milhões de eleitores trouxeram para cá o senador Demóstenes Torres", disse
o advogado.
interessante todo mundo é punido prefeitos deputados senadores e outro impedidos de concorrer as eleiçoes, só o prefeito de brejao fica impune de tudo ?
ResponderExcluircadê a lei da moralidade politica , pra impedir os fichas sujas?
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