O discurso da oposição contra seu mais novo concorrente já está pronto. Sem desmerecer o peso político do senador Humberto Costa (PT), todos são unânimes em reconhecer que as fraturas sofridas pelo PT tornaram a campanha deste ano favorável para o grupo. E, na tentativa de potencializar as “vantagens” do momento, os quatro pré-candidatos oposicionistas sinalizaram que devem explorar, ao máximo, três elementos presentes no embate petista: a pecha de candidato biônico, atribuída a Humberto, o processo “anti-democrático” pelo qual sua candidatura foi imposta e, claro, todo o tiroteio promovido por petistas contra petistas ao longo dos últimos dois meses.
A reação da oposição foi rápida. Tão logo se espalhou a notícia de que o prefeito João da Costa (PT) havia abandonado a reunião da Executiva nacional, o deputado federal Raul Henry (PMDB) divulgou um vídeo na internet, no qual classificava como “deplorável” a briga do PT e afirmava que o partido havia “rasgado” sua história de democracia interna. “O candidato foi imposto de fora para dentro e, numa cidade importante como o Recife, é preciso respeitar o pronunciamento dos militantes”, completou o peemedebista.
Seguindo um tom ainda mais agressivo, o deputado federal Mendonça Filho (DEM) afirmou que a homologação de Humberto Costa como candidato foi “a coisa mais aberrante da história política de Pernambuco”. “Passaram por cima do prefeito. É o chamado centralismo stalinista. Quando o comitê central do PT não quer, não tem força que possa segura uma decisão contrária”, criticou. De acordo com o prefeiturável, o novo candidato petista precisará dar duas explicações ao eleitor recifense. “A primeira é a própria gestão do PT no Recife. Ele vai se opor? Ele é co-responsável pela gestão. E a segunda é a forma tratorada como ele se tornou candidato. Tem uma máxima que, em política, tudo que você precisa explicar, complica”, disse.
O mais otimista da oposição foi o ex-deputado Raul Jugnmann (PPS). Para ele, o cenário atual não constava nem nos “melhores sonhos” do grupo. “O PT rasgou a democracia e escolheu um candidato biônico. A cúpula do PT fez uma opção pela derrota e pelo fracasso. Eles estão nos dando um presente”, provocou. Diante da fragmentação das candidaturas oposicionistas, Jungmann propôs que os quatro prefeituráveis sentem à mesa, abandonem “projetos pessoais” e discutam uma estratégia comum. “Precisamos construir a unidade para não sermos cobrados depois pela opinião pública”, alertou.
Do Jornal do Comercio.
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