O governador Eduardo Campos (PSB) criticou abertamente a falta de unidade dentro do PT e desautorizou o senador Humberto Costa (PT) a comandar o processo sucessório à Prefeitura do Recife dentro da Frente Popular. O socialista não teria aceitado o fato de a candidatura do senador ter sido imposta pelos petistas de São Paulo.
No entanto, talvez o governador não se recorde, mas ele próprio tomou atitude semelhante aqui mesmo no Estado, quando empurrou “goela abaixo” do PSB de Garanhuns (Agreste) a candidatura do prefeito da vizinha Lajedo, Antônio João Dourado, à prefeitura da “Cidade das Flores”.
Ano passado, quando estava próximo do período limite para alteração de domicílio eleitoral visando o pleito de outubro próximo, o PSB surpreendeu ao anunciar que Dourado – que poderia ainda disputar a reeleição em Lajedo – tinha mudado o domicílio eleitoral e seria candidato a prefeito de Garanhuns. A decisão incomodou aliados da Frente Popular como o PTB – do senador Armando Monteiro Neto, que vai ter o deputado estadual Izaías Régis como candidato – e o próprio PSB local, liderado pelo arraesista Ivan Rodrigues, que até hoje não engoliu a “intervenção” da estadual no município, além de setores da sociedade civil organizada de Garanhuns.
“Sim, é uma situação parecida com o que o PT fez. Mas foi uma decisão de um grupo dentro do Estado. É diferente, porque não foi imposta por São Paulo e, o que é pior, sem ouvir a maior liderança da Frente Popular de Pernambuco, que é o governador. E, claro, são importâncias distintas que têm os municípios”, justificou ao JC, em reserva, uma fonte palaciana.
Paulo Augusto editor do Jornal do Commercio.
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