Ganha um doce quem não se
preocupou com a redação no tempo em que foi vestibulando e pleiteou vaga em
universidade pública. Por mais que o estudante domine a técnica, sempre bate o
medo de não saber o que escrever, não atingir o número mínimo de linhas
exigidas ou fugir do tema proposto. No Exame Nacional do Ensino Médio (Enem),
que acontecerá em 24 e 25 de outubro, a dissertação é encarada no segundo dia.
Uma boa nota nessa prova pode fazer a diferença no disputado Sistema de Seleção
Unificada (Sisu), do Ministério da Educação, que reúne vagas de graduação em
universidades públicas brasileiras e utiliza o Enem no processo seletivo.
Faltando poucas semanas para
a avaliação, uma boa dica é treinar. Colocar a mão na massa e produzir textos.
“É importante que o estudante observe as cinco competências exigidas no Enem. A
prova será corrigida levando em conta essas competências. Por isso ele deve
conhecê-las e guiar a construção da dissertação a partir delas”, destaca a
professora de redação Ana Cristina Verdasca Aceto, que leciona no Colégio Santa
Maria. Na página do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo exame, há o Guia da Redação, onde
estão detalhadas as competências.
Segundo o Inep (www.inep.gov.br),
uma nova versão do guia deve ser divulgada nos próximos dias (a atual é de
2013). A novidade será a inclusão de exemplos de redações nota 1000 do Enem no
ano passado. Mas conforme o órgão, não haverá mudanças nas competências
avaliadas. “Na redação, você deverá defender uma tese, uma opinião a respeito
do tema proposto, apoiada em argumentos consistentes estruturados de forma
coerente e coesa. Você deverá elaborar uma proposta de intervenção social para
o problema apresentado no desenvolvimento do texto que respeite os direitos
humanos”, enfatiza o Inep no manual destinado aos candidatos.
Cada competência vale até
200 pontos. A dissertação só será corrigida se tiver no mínimo oito linhas. Até
sete será considerado texto insuficiente, portanto não avaliado pelos
corretores. A sugestão de Ana Cristina é que o candidato estruture a redação em
pelo menos quatro parágrafos: um para introdução, dois para desenvolvimento e o
último para conclusão. “Na parte gramatical, um dos erros mais comuns dos estudantes
é pontuação. O ideal é que em cada parágrafo tenha dois ou três períodos:
tópico frasal, explicação e conclusão”, observa a professora. Nada de redigir
um parágrafo com seis, sete linhas, sem colocar nenhum ponto.
PARCERIA - Escrever as
redações vai ajudar a se preparar para o Enem. Mas é legal que alguém leia o
que o fera escreveu. Uma proposta é convidar um amigo da escola ou do cursinho
para corrigir o texto. E fazer o mesmo com a dissertação dele. “Treinar é
importante, mas não vai adiantar muito se o estudante reproduzir os mesmos
erros sempre. Baseado no quadro de competências exigido pelo Inep, o
vestibulando avalia a redação do colega e vice-versa”, destaca Ana Cristina.
Desde 2009, quando passou a
substituir os principais vestibulares do País, o Enem trouxe temas da redação
ligados à cidadania. O candidato não pode esquecer de apresentar uma proposta
de intervenção no problema apresentado. “É comum escrever, na redação, que o
governo deve resolver o problema ou que é necessário que haja uma conscientização
da sociedade para resolver a questão. Tais soluções são vagas e incompletas”,
diz a professora, ressaltando que não se pode desrespeitar os direitos humanos.
Do JC Online.
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