sábado, 31 de outubro de 2015

O fracasso da segurança pública e os altos índices de violência em PE.


Muita gente acha que segurança pública é dever do Município, acha que o Prefeito não se importa com a falta de segurança na cidade. Mas não é assim que funciona. Leia, abaixo, um relato sobre a segurança pública do nosso estado:

O ano de 2015 começou mal para o “novo” Governo de Pernambuco. Somente entre janeiro e abril desse ano foram assassinadas no estado 982 pessoas, uma média de 10,9 por dia, um patamar que poucas guerras civis no mundo atingem. Em relação ao mesmo período de 2014, o aumento foi de 18,5%. Nessa média, vamos superar com folgas aos anteriores e é bem possível até voltarmos aos índices de 2007 quando o Pacto Pela Vida foi iniciado.

O Pacto Pela Vida está morrendo e autoridades estaduais tentam encobrir o desastre com falácias e teorias que não mais escondem a total falência na segurança pública. Em seis meses de Governo Paulo Câmara (PSB), pupilo de Eduardo Campos, já caiu um secretário de defesa social (envolvido em irregularidades no maior presidio de segurança máxima de Pernambuco, conhecido pela superlotação e total incapacidade de recuperação dos presos) e a crise continua, agora, com greve de policiais civis e ameaças constantes de paralisação de policiais militares que reivindicam – além de aumentos salariais – melhorias nas condições de trabalho. Em qualquer delegacia do interior de Pernambuco não é algo incomum a falta de papel para realizar um boletim de ocorrência ou abrir um inquérito e todas as delegacias de cidades médias e menores fecham às 17h e só reabrem às 8h da manhã do dia seguinte.

“A exigência de se cumprir metas é grande, mas sem estrutura e efetivo é impossível”, afirma o delegado Flávio Tau de Souza. Ele impetrou mandado de segurança contra o Estado por ter sido afastado da Delegacia do Alto do Pascoal, Zona Norte do Recife, após pedir mais agentes e viaturas. O delegado ainda acrescenta que “são 18 policiais para nove bairros, um para cada 6,7 mil habitantes. Há policiais que passam a noite em claro, no programa de jornada extra (criado para suprir a falta de efetivo) e no dia seguinte estão de trabalho. É humanamente impossível render”.

A enganação que foi o Pacto Pela Vida começa a dar seus últimos suspiros e quem paga pelo aumento da criminalidade em Pernambuco são os mais pobres que estão sofrendo um genocídio, graças à incompetência do Estado burguês que visa apenas lucros e não melhorias reais na qualidade de vida da maioria da população.

O que se vê é o cidadão, indefeso diante da violência, culpando o Município, questionando o porquê do Prefeito não tomar atitudes para dar segurança à população. Fato é que isto é atribuição do Estado.

O que mais se constata são Municípios do interior do estado, atendidos por apenas uma viatura com dois policiais militares, os quais ficam indefesos, tanto quanto a população, diante do aparato bélico que as quadrilhas usam na criminalidade diária.

As dificuldades que o Delegado da Polícia Civil Flávio Tau de Souza enfrentar são as mesmas para a gloriosa Polícia Militar. O povo cobra segurança, mais a realidade não condiz.

Brejão, Teresinha e o Distrito de Rainha Isabel em Bom Conselho - Pernambuco são atendidos por uma viatura da Polícia Militar, além da falta de equipamento os policiais se deparam com a distância geográfica entre estas cidades, tornando humanamente impossível se realizar um bom serviço. O Comando local se desdobra para atender tamanha demanda com tão pouco aparato.

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