Após a condenação emitida
pelo juiz federal Sérgio Moro, a defesa do ex-deputado federal Pedro Corrêa
(PP-PE) garante que vai recorrer da sentença. O pernambucano, que cumpriu pena
de 1 ano e 3 meses na Penitenciária de Canhotinho, no Agreste do Estado, foi
condenado nesta quinta-feira (29) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem
de dinheiro em ação da Operação Lava Jato.
À frente da defesa, o
advogado Alexandre Augusto Loper afirmou, em conversa com o JC, que vai pedir a
revisão completa da sentença junto ao Tribunal Regional Federal da 4ª região,
com sede em Curitiba.
“O processo demora alguns
meses para ser apreciado, mas se os nossos argumentos não forem acolhidos,
vamos recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federa)”, explicou.
Preso no Paraná desde abril,
Corrêa, que foi deputado pelo PP de Pernambuco até 2006, negocia um acordo de
delação premiada, apesar de oficialmente, o advogado afirmar que não existe
nada acordado sobre o tema. Em setembro, a Revista Veja trouxe reportagem apontando
suposto conteúdo da delação que Corrêa negociava com o Ministério Público
Federal. “Ainda não existe nada oficial sobre delação, apenas especulações na
imprensa”, disse.
A sentença de Moro
estabelece pena de 20 anos e sete meses para Corrêa, além do pagamento de
multa. O juiz determinou que o início da pena seja cumprido em regime fechado.
Para o advogado, as análises
de Moro para chegar ao montante de R$ 11,7 milhões recebidos por Pedro no
esquema de corrupção na Petrobras são baseados em "suposições sem nenhum
fundamento". "A defesa se baseou basicamente em delações e uma ou
outra prova", disse.
De acordo com a decisão, o
ex-deputado recebia propina de empreiteiras integrantes de um cartel que
fraudava licitações na estatal.
FAMILIARES - Em depoimento
no processo, Corrêa isentou familiares de acusações, mas disse que não
confessaria crimes. Na mesma sentença em que o ex-deputado foi condenado, seu
filho, Fábio Corrêa, e a nora Márcia Danzi Corrêa, esposa de Fábio, foram
absolvidos.
Também foram condenados por
Moro o ex-secretário parlamentar Ivan Vernon Gomes Torres Júnior e o operador
Rafael Ângulo Lopez, delator da operação.
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