Em meio a uma das piores
crises econômicas que o País vem passando, planejar é palavra de ordem para que
as administrações públicas otimizem os gastos e consigam cumprir suas
obrigações constitucionais. Ou pelo menos deveria ser. A queda da arrecadação, provocada
em grande parte pela diminuição das transferências governamentais, somada ao
aumento das despesas provocaram um forte desequilíbrio nas contas dos
municípios pernambucanos. Mais da metade das Prefeituras (107 de 184 no total)
não estão cumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) no que diz
respeito ao gasto com a folha de pagamento, ultrapassando o limite máximo de
54% com esse tipo de despesa sobre as receitas municipais. Em outras 56
cidades, o gasto com pessoal já está acima dos limites de alerta e prudencial
estabelecido pela LRF. Os dados fazem parte de um levantamento feito pelo
Tribunal de Contas do Estado (TCE), que emitiu alerta aos gestores para que
controlem suas despesas.
A campeã negativa no ranking
aqui no Agreste é Palmeirina. No primeiro quadrimestre deste ano, a despesa com
pessoal foi equivalente a 71,90% da receita no mesmo período. Já Brejão
comprometeu 65,98% e Saloá 65,61% da receita com a folha de pagamento.
Garanhuns, cidade polo do Agreste Meridional, estava na faixa do limite
prudencial e apurou um índice de 53,44% no primeiro quadrimestre desse ano. O
Município se recuperou e neste 2º Quadrimestre (maio a agosto) está abaixo do
Limite, com 49,14%, portanto, dentro dos percentuais previstos pela LRF para
gastos com Servidores.
Os destaques positivos da
Região ficam por conta de Angelim, com 50,33%, e Calçado com 48,87%. Ambas as
cidades estão na faixa do limite de alerta. Já Capoeiras, administrada pela
Prefeita Neide Reino (PSB) esta entre os 21 Municípios de Pernambuco que estão
dentro do limite previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e apresentou
nos primeiros quatro meses de 2015 um índice de 42,09% de comprometimento da
receita corrente líquida em despesa com pessoal.
Para o diretor do
Departamento de Controle Municipal do TCE, Júlio Rodrigues, apesar das
dificuldades impostas pelo cenário econômico, os gestores precisam reforçar o
planejamento e adotar as medidas necessárias para cumprirem a LRF. “Se uma
cidade compromete um percentual muito elevado (com pessoal) como vai fazer para
pagar as despesas de custeio, adquirir medicamentos e conservar as escolas?”,
questionou. Ao fim de cada exercício, o TCE julga as contas municipais e,
dependendo do caso, pode aplicar uma multa equivalente a 30% do salário dos
gestores.
O presidente da Associação
Municipalista de Pernambuco (Amupe), José Patriota, afirma que, além da queda
de repasses e do crescimento vegetativo das folhas de pagamento, outro fator
que influencia é o fato de a LRF não levar em consideração a realidade de cada
Município. “Os órgãos de controle precisam analisar caso a caso. Os gestores
não deixaram chegar nessa situação por irresponsabilidade. Alguns já assumiram
a gestão com esse problema”, alertou Patriota.
Do Blog de Carlos Eugênio.
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