ARMANDO E JOÃO PAULO: ESTRATÉGIA DO SILÊNCIO DEIXA DÚVIDAS NO AR.

Senador do PTB e deputado petista não admitem abertamente o interesse, mas não deixam de ensaiar possível candidatura.

Misterios frente aos últimos acontecimentos no cenário eleitoral do Recife, dois personagens prometem voltar à baila e deixar ainda mais tensa a sucessão municipal. Afastados politicamente do prefeito João da Costa (PT), o senador Armando Monteiro Neto (PTB) e o deputado federal João Paulo (PT) não manifestam apoio ao deputado federal Maurício Rands – o outro pré-candidato às prévias do PT – e nem escondem que continuam de olho no cargo do prefeito, deixando dúvidas no ar.

Ambos insistem em “ensaiar” suas pré-candidaturas junto a aliados, mas resistem em admitir o interesse no cargo máximo do executivo municipal. Afirmam apenas que estão determinados em oferecer uma “alternativa” ao nome do prefeito João da Costa e que têm disposição para prolongar a “pré-campanha” até onde lhes for confortável.

O senador foi o primeiro a iniciar debates sobre a entrada de um outro nome da Frente Popular, chegando a afirmar que já tinha uma sugestão de candidato em mente. Até hoje, entretanto, ninguém soube a quem ele se referia, o que deixou no ar a desconfiança de que seria o próprio senador o tal candidato alternativo, que transferiu, na surdina, seu domicílio eleitoral para o Recife.

Armando foi visto nesta segunda (2) andando no Mercado da Boa Vista, zona central da cidade, para gravar as inserções televisivas de seu partido, que vão ao ar no próximo dia 16 e a partir de 3 de maio em datas alternadas, num total de quatro dias com dez esquetes durante a programação das principais emissoras de televisão do Estado.

Apesar do burburinho entre os aliados de que este seria mais um passo rumo á pré-candidatura a prefeito, a assessoria de imprensa do senador negou que as gravações externas tenham qualquer conotação eleitoral.

A explicação é que a escolha do Mercado da Boa Vista aconteceu porque Armando é um dos grandes entusiastas do incentivo ao microcrédito no Brasil, bandeira que defende desde quando esteve à frente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Débora Duque - JC