sexta-feira, 1 de julho de 2016

Deputado diz que morte de empresário envolvido na Turbulência se aproxima da possibilidade de homicídio.

   
A oposição à gestão Paulo Câmara reforçou nessa quinta-feira (30) a tese de que é preciso federalizar as investigações sobre a morte do empresário Paulo César Morato. O depoimento mais contundente partiu do deputado estadual Edilson Silva (PSOL). “Acho que agora, na medida em que não foi confirmada morte natural, aproxima-se mais da possibilidade de homicídio”, disse.

De acordo com o parlamentar, a confirmação de que houve morte por envenenamento reforça a necessidade de federalização das investigações.

Além de Edilson Silva, outros membros da oposição endossaram a federalização após a confirmação de morte por envenenamento. “O próprio governo estadual deveria chamar a Polícia Federal para uma investigação conjunta para não dar margens a ilações”, declarou a deputada estadual Priscila Krause (DEM).

A deputada estadual Teresa Leitão (PT) faz coro. “Espero que o pedido dele seja atendido, tendo em vista que Morato estava foragido da Operação Turbulência e era um investigado pela Polícia Federal”, declarou.
Silvio Costa Filho (PRB) cobra mais transparência. “Tem que se dizer se ele se envenenou ou foi envenenado”, apontou.

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis, Áureo Cisneiros, disse que a federalização é desnecessária. “A Polícia Civil tem as qualidades técnicas para conduzir o caso. O que não pode é haver ingerência do governo estadual”, declarou em uma crítica à gestão Paulo Câmara.

PSB silencia sobre envenenamento de empresário ligado à Operação Turbulência.

A única manifestação pública do governo estadual sobre a notícia do envenenamento de Paulo César Morato partiu da Secretaria de Defesa Social após uma trapalhada na comunicação da pasta. De resto, o caminho escolhido pelos aliados e interlocutores do governador Paulo Câmara (PSB) foi o silêncio. A direção do partido socialista no Estado também foi procurada para falar sobre o assunto, mas disse, por meio de sua assessoria de comunicação, que “não vai comentar o caso”. 

A última manifestação oficial do PSB sobre a Operação Turbulência ocorreu no dia 21 de junho quando a direção partidária declarou “ter plena confiança na conduta do nosso querido e saudoso Eduardo Campos, ex-presidente (da legenda) e ex-governador de Pernambuco”. A legenda se referia ao fato da operação apurar o aporte de recursos ilícitos na campanha de Eduardo Campos à presidência da República.

Falhas na comunicação ditam o tom no Governo Estadual no caso Paulo César Morato.   

Os erros de comunicação do governo no episódio da morte de Paulo César Morato parecem não ter fim. Três dias depois de uma constrangedora entrevista coletiva de gestores de polícia em que foram admitidos equívocos na condução do caso, ontem foi a vez da Secretaria de Defesa Social (SDS) protagonizar mais uma gafe. Após o vazamento da informação, no início da tarde dessa quinta-feira (30), de que Morato teria morrido por envenenamento, a assessoria da SDS afirmou que, às 17h, a diretora de Polícia Científica, Sandra Santos, se pronunciaria sobre o caso, na sede do órgão, no bairro de Santo Amaro, área central da cidade. Às 17h40, com todas as equipes de imprensa já no auditório da Secretaria, a assessoria informou que Sandra não falaria mais. Em vez disso, foi distribuída uma nota em que o governo confirmou a morte do empresário como relacionada à ingestão de veneno.

Sem o secretário de Defesa Social, que está de férias, e sem a diretora de Polícia Científica, ficou para a assessoria o incômodo papel de tentar explicar a um batalhão de jornalistas coisas que apenas profissionais especializados poderiam.

Não havia sequer um simples perito da Polícia Científica presente para esmiuçar a nota, então os repórteres foram orientados pela assessoria a procurar no buscador Google o significado da expressão “intoxicação exógena por organofosforado”. E foi assim que todos descobriram que organofosforado é o tipo de pesticida popularmente conhecido como “chumbinho”.

Na última segunda-feira, também na sede da SDS, o secretário executivo de Defesa Social, Alexandre Lucena, reuniu o chefe da Polícia Civil, Antônio Barros, a delegada Gleide Ângelo, responsável pelo caso, e a perita Vanja Coelho, além do superintendente da Polícia Federal em Pernambuco, Marcello Cordeiro. Foram admitidos erros de comunicação no que diz respeito à não realização da perícia papiloscópica no motel Tititi, no dia 24. No momento mais constrangedor da coletiva, Alexandre Lucena perguntou a todos na mesa se havia algum tipo de pressão ou de orientação superior que interferisse nas investigações, o que foi rechaçado por todos os presentes. 

E, mesmo assim, ainda não querem que a Federal assuma o caso.

Do JC Online.

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