Não é só no Estado que a
taxa de desistência dos prefeitos é elevada. A Confederação Nacional de
Municípios (CNM) está finalizando estudo sobre reeleição no Brasil e a previsão
é que o índice de deserção também seja alto. A expectativa é que os números
sejam divulgados ainda esta semana.
Presidente da Associação
Municipalista de Pernambuco (Amupe) e prefeito de Ingazeira, Luciano Torres,
afirma que a desistência resulta da crise econômica, que se desdobra nas contas
dos municípios.
"Muitos prefeitos não
conseguiram fazer grandes trabalhos ou estão com obras travadas. A folha de
pagamento também é enorme e isso resulta na avaliação baixa do prefeito no
período eleitoral", justifica Torres.
Para secretário-geral da CNM
e prefeito de Cumaru, Eduardo Tabosa (PSD), o cenário é atípico e as previsões
são nada pouco otimistas. "Estamos com números nominais do Fundo de
Participação dos Municípios (FPM) que remontam a 2013. Já são dois anos com PIB
negativo. Programas federais estão há 10 anos sem reajuste", comenta
Tabosa. A CNM estima que 70% dos municípios não conseguirão fechar as contas
até o fim deste ano, quando termina o mandato iniciado em 2013.
"Quando o próprio
governo sinaliza que a economia só vai melhorar nos próximos anos, significa
que há possibilidade dos novos gestores melhorarem somente na segunda fase do
mandato. Então, os próximos prefeitos terão mais dois anos de crise. Somos o
elo mais fraco, porque nosso poder de arrecadação é baixo", explica
Tabosa.
Semana passada,
representantes da CNM tiveram uma reunião com o presidente interino Michel
Temer (PMDB) e saíram frustrados do encontro. O presidente anunciou a liberação
de R$ 2, 7 bilhões do FPM. Os prefeitos esperavam R$ 3,4 bilhões.
O número de desertores é
muito similar às eleições municipais de 2012, quando 18 prefeitos deixaram de
concorrer em Pernambuco, segundo da CNM.
Site da AMUPE.
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