quinta-feira, 7 de julho de 2016

Relembre principais fatos que levaram Eduardo Cunha a renunciar.

   
Considerado um dos principais protagonistas do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) iniciou a batalha contra o governo muito antes do afastamento da petista ser concluído na Câmara dos Deputados, em abril deste ano. A primeira derrota que ele imprimiu ao governo foi na própria eleição para presidência da Câmara, quando derrotou o petista Arlindo Chinaglia (PT) e Júlio Delgado (PSB). A escolha aconteceu no dia 1º de fevereiro de 2015.

Mas o primeiro ano de mandato de Cunha foi marcado por discussões acaloradas, projetos polêmicos, investigações complexas e denúncias de corrupção na Operação Lava Jato. Dois meses depois de eleito, Cunha entrou na mira do Supremo Tribunal Federal (STF). No dia 6 de março, o ministro Teori Zavascki autorizou a investigação de políticos suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras e derrubou o sigilo da lista de investigados. Entre eles, estavam Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL). Primeiro baque do deputado.

No mesmo mês, Cunha prestou depoimento na CPI da Petrobras e negou ter contas no exterior. A declaração foi dada meses antes de vir à tona investigação aberta pelo Ministério Público suíço, que apontou a existência de contas no nome dele no país europeu. O caso complicou a discurso do deputado.


Meses depois, o lobista Júlio Camargo, que assinou acordo de colaboração premiada, afirmou em depoimento à Justiça Federal que foi chantageado pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e pagou a ele US$ 5 milhões em propina em 2011 para garantir a continuidade de um contrato bilionário com a Petrobras. Isso sinalizada que o cerco ao presidente começava a se fechar.

Mas, mesmo atingido, o deputado continuou a protagonizar o processo de impeachment contra Dilma. A batalha começou a entrar na reta final, em setembro de 2015, quando Cunha recebeu o aditamento ao principal pedido de impeachment contra Dilma Rousseff. A entrega do documento foi feita pelo jurista Miguel Reale Jr. e por uma filha do fundador do PT Hélio Bicudo, que representou o pai, foi seguida por discursos contra Dilma e o governo.

Porém, enquanto ele trilhava o caminho do afastamento da petista, as autoridades traziam à tona denúncias contra o presidente. No fim do ano passado, autoridades da Suíça enviaram ao Brasil dados de contas secretas que, segundo a Procuradoria-Geral da República, eram dele e de seus familiares. O caso colocou Cunha, a mulher, Cláudia Cruz, e a filha no olho do furacão.

As revelações contra o deputado e as contas secretas culminaram com a entrada de dois partidos - PSOL e Rede - com representação no Conselho de Ética da Câmara contra Cunha por suposta quebra de decoro parlamentar. A motivação foi o fato dele ter mentido em depoimento à CPI da Petrobras.

Mas Cunha conquistou o baixo clero da Câmara dos Deputados e conseguiu manobrar a maioria parlamentar mesmo cravejado de críticas. Após a escolha do relator do processo de cassação, o deputado Fausto Pinato (PP-SP), Cunha articulou para pressioná-lo até ele renunciar à vaga no Conselho de Ética.

No final do ano passado, o presidente da Câmara sofreu nova rasteira, quando o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitou ao Supremo Tribunal Federal o afastamento de Cunha do cargo de deputado federal e, consequentemente, das funções na presidência da Casa. A justificativa foi que Cunha tentou obstruir investigações criminais.

Cunha tornou-se réu no STF em março, por dez votos a zero. O julgamento decidiu pela abertura de processo criminal contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

No entanto, mesmo com todo o desgaste enfrentado, Cunha conseguiu manobrar e orquestrar um movimento na Casa que culminou com a votação do impeachment no dia 17 de abril. A oposição conseguiu somar 342 votos.

O tombo veio um mês depois, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato, determinou o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do mandato de deputado federal e, consequentemente, da presidência da Casa. Por isso, o deputado citou isso no discurso de renúncia nesta quinta (7). Havia o sentimento entre os deputados que, primeiro, era necessário o afastamento da presidente Dilma, em seguida a saída de Cunha.

Do JC Online.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça o seu comentário para que possamos melhorar sempre o nosso Blog.