A Caixa anunciou na
segunda-feira 18 que passará a financiar imóveis de até R$ 3 milhões, o dobro
do limite de financiamento em vigor até agora, de R$ 1,5 milhão. A medida, que
começa a valer já na segunda-feira 25, prevê ainda o financiamento de uma
parcela maior do valor do imóvel por meio do Sistema Financeiro Imobiliário
(SFI), modalidade que não utiliza dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS).
A cota de financiamento para
imóveis usados subirá de 60% para 70% do valor total. E para compra de imóvel
novo, construção em terreno próprio, aquisição de terrenos e reforma ou
ampliação, a cota passou de 70% para 80%.
O diretor executivo do
Sindicato e empregado da Caixa, Dionísio Reis, destaca que a política é
equivocada e classista e lembra que uma das primeiras medidas do governo Temer
foi revogar, em 17 de maio, portaria da presidenta eleita Dilma Rousseff que
ampliava o programa Minha Casa, Minha Vida, que financia imóveis para a
população de baixa renda. Diante de manifestações em todo o país dos movimentos
de luta por moradia, o governo interino voltou atrás e relançou a portaria no
início de junho.
“A direção do banco público
anuncia financiamento maior para ricos ao mesmo tempo em que ameaça a
continuidade de programas sociais que promovem inclusão da parcela mais pobre
da população. Essa medida mostra claramente que Temer e seus aliados governam
para os mais ricos”, critica Dionísio.
Ele destaca ainda que o
banco público vem restringindo o acesso a diversas linhas de crédito quando
deveria fazer o contrário. “A Caixa deveria promover o acesso ao crédito para a
população e, assim, desempenhar um papel anticíclico em momentos de crise como
o que estamos vivendo. Mas vem tomando medidas de redução do funding. Agora vai
emprestar para uma parcela mais rica da população, que pode ter acesso ao
crédito de outras formas, enquanto abre mão de financiar para os mais
necessitados.”
Cortes na Caixa – O dirigente
enfatiza ainda que a ampliação do financiamento de imóveis para a elite ocorre
em um contexto de cortes do banco com pessoal, a partir de reduções na
remuneração dos empregados e também da não reposição de vagas abertas pelo
Programa de Apoio à Aposentadoria (PAA). Além da ameaça de fechamento de
agências.
“A Caixa sobrecarrega os
trabalhadores e compromete o atendimento à população com a falta de empregados:
em 2015 saíram 3,2 mil bancários pelo PAA e o banco não repôs essas vagas. A
estimativa é que mais 1,5 mil saiam esse ano também pelo programa”, informa
Dionísio.
Ele ressalta que os ataques
aos direitos dos bancários e a precarização das condições de trabalho na
instituição vêm junto com outra ameaça: a de privatização do banco público. “O
governo Temer já deixou claro que, além de acabar com direitos trabalhistas e
sociais, quer privatizar o patrimônio público”, diz.
Andréa Ponte Souza, com informações da Agência Brasil – 19/7/2016.
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