Atrasos no repasse do
Governo do Estado a cooperativas e produtores que abastecem o Programa Leite de
Todos, ação responsável por distribuir gratuitamente o alimento a famílias e
comunidades carentes de Pernambuco, motivaram o deputado Estadual Álvaro Porto
(PTB) a se pronunciar durante o Grande Expediente desta segunda (30). Segundo o
parlamentar, o Executivo estadual, que responde por 20% dos custos da
iniciativa, não transfere dinheiro ao programa Leite de Todos há sete meses. A
dívida já soma R$ 2,75 milhões e preocupa os trabalhadores da Bacia Leiteira do
Agreste Meridional do Estado.
“A União, que cobre os
outros 80% dos custos, já avisou que só vai liberar seus pagamentos se o Estado
pagar sua dívida ainda nesta semana. Caso contrário, o Governo Federal só volta
a repassar verbas ao programa em março de 2016”, alertou o parlamentar. Ainda
segundo o petebista, os produtores estão com dificuldades de dialogar com o
secretário estadual de Agricultura e Reforma Agrária, Nilton Mota. “É preciso
enfatizar que a falta de sensibilidade do Palácio do Campo das Princesas pode
obrigar os produtores de leite a encerrarem suas atividades”, alertou.
Álvaro Porto ressaltou, por
fim, que a crise se intensifica porque o Estado também deve, há seis meses, aos
donos de carros-pipa que abastecem o Agreste. “A estiagem que assola a região
agrava o desmonte do Programa Leite de Todos”, relacionou. Para ele, é preciso
que os Governos Federal e Estadual busquem alternativas para solucionar a
questão. “Ou os governos se envolvem de verdade e cumprem suas obrigações, ou a
população do Agreste viverá dias de escassez e desemprego”, concluiu.
O discurso recebeu os
apartes dos deputados Júlio Cavalcanti (PTB), Miguel Coelho (PSB) e Romário
Dias (PTB). “Nós, parlamentares, temos o dever de interceder junto ao Governo
do Estado para que ele tenha um pouco mais de respeito com os que levam água e
leite para a população pernambucana”, defendeu Cavalcanti. “Sem receber, o
produtor não conseguirá arcar com os custos da vacinação de seus rebanhos”, acrescentou
Dias. “Em vez de culpar, precisamos buscar o diálogo e encontrar soluções”,
concluiu Coelho.
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