terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Dívida do Estado com produtores do Programa Leite de Todos gera preocupação na Alepe.


Atrasos no repasse do Governo do Estado a cooperativas e produtores que abastecem o Programa Leite de Todos, ação responsável por distribuir gratuitamente o alimento a famílias e comunidades carentes de Pernambuco, motivaram o deputado Estadual Álvaro Porto (PTB) a se pronunciar durante o Grande Expediente desta segunda (30). Segundo o parlamentar, o Executivo estadual, que responde por 20% dos custos da iniciativa, não transfere dinheiro ao programa Leite de Todos há sete meses. A dívida já soma R$ 2,75 milhões e preocupa os trabalhadores da Bacia Leiteira do Agreste Meridional do Estado.

“A União, que cobre os outros 80% dos custos, já avisou que só vai liberar seus pagamentos se o Estado pagar sua dívida ainda nesta semana. Caso contrário, o Governo Federal só volta a repassar verbas ao programa em março de 2016”, alertou o parlamentar. Ainda segundo o petebista, os produtores estão com dificuldades de dialogar com o secretário estadual de Agricultura e Reforma Agrária, Nilton Mota. “É preciso enfatizar que a falta de sensibilidade do Palácio do Campo das Princesas pode obrigar os produtores de leite a encerrarem suas atividades”, alertou.


Álvaro Porto ressaltou, por fim, que a crise se intensifica porque o Estado também deve, há seis meses, aos donos de carros-pipa que abastecem o Agreste. “A estiagem que assola a região agrava o desmonte do Programa Leite de Todos”, relacionou. Para ele, é preciso que os Governos Federal e Estadual busquem alternativas para solucionar a questão. “Ou os governos se envolvem de verdade e cumprem suas obrigações, ou a população do Agreste viverá dias de escassez e desemprego”, concluiu.


O discurso recebeu os apartes dos deputados Júlio Cavalcanti (PTB), Miguel Coelho (PSB) e Romário Dias (PTB). “Nós, parlamentares, temos o dever de interceder junto ao Governo do Estado para que ele tenha um pouco mais de respeito com os que levam água e leite para a população pernambucana”, defendeu Cavalcanti. “Sem receber, o produtor não conseguirá arcar com os custos da vacinação de seus rebanhos”, acrescentou Dias. “Em vez de culpar, precisamos buscar o diálogo e encontrar soluções”, concluiu Coelho.

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