O ministro da Educação,
Aloizio Mercadante, informou nesta sexta-feira (18) que o Exame Nacional de
Desempenho dos Estudantes (Enade) passará por um processo de aprimoramento em
2016. Entre as novidades está a inserção da nota do exame no currículo do
aluno, de forma que possa contar como critério para acesso à pós-graduação.
“Hoje o Enem [Exame Nacional
do Ensino Médio] diz respeito à vida do aluno, ao ingresso dele na
universidade. Mas o Enade diz respeito à instituição. Para estimular o
interesse pelo Enade, um dos instrumentos é que ele passe a ser critério para
acesso à pós-graduação”, disse Mercadante.
O ministro afirmou, em
entrevista coletiva, que serão feitas audiências públicas para que a sociedade
e as instituições possam contribuir com sugestões para este processo de
aprimoramento.
Outra mudança para o ano que
vem é a implantação do Enade Digital. “Como todas as instituições têm
laboratórios de informática, a maioria com ensino a distância, então temos
melhores condições para, no Enade, fazer um exame digital. Com isso, a
avaliação vai ser muito mais específica”, disse Mercadante.
Além disso, em relação à
avaliação da qualidade dos cursos superiores, será incorporada a taxa de
desistência (estudantes que abandonaram o curso) e a evolução de desempenho,
que compara a nota do Enem (de ingresso na instituição) com a do Enade (na
conclusão do curso). Segundo o ministro, este mecanismo permite que se faça uma
avaliação mais precisa do desempenho da instituição na formação dos alunos.
A partir de 2016, o
ministério tornará obrigatória a participação dos concluintes no Enade, além de
se criar um Portal Oficial de Diplomas, que abrigará todos os diplomas, para
evitar fraudes e falsificações.
Censo
O Censo de 2014, também
divulgado nesta sexta, mostrou que 35% dos estudantes que participaram do Exame
Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) foram os primeiros na família com
acesso ao ensino superior.
Além disso, o documento aponta
que, entre os que participaram do exame em 2014, a maioria são brancos,
solteiros, moram com os pais e dedicam de uma a três horas por semana aos
estudos.
O censo avaliou 9.963 cursos
de 2.042 instituições de ensino superior. Entre os 481.720 estudantes inscritos
que estavam concluindo os cursos, 396.862 participaram do exame. Entre os
cursos observados, mais de 85% tiveram nota superior a 3, que é considerado
satisfatório. As notas vão de 1 a 5.
No entanto, mais de 55% dos
cursos receberam a nota 3, enquanto apenas 2,23% receberam 5, a nota máxima. Já
em relação às instituições de ensino superior, 1.571 tiveram avaliação
satisfatória, enquanto 285 foram avaliados com rendimento insatisfatório.
As instituições que
apresentaram notas acima de 3 terão possibilidade de dispensa de visita em
processos regulatórios; maior prazo de recredenciamento institucional; e acesso
ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), Programa Universidade para Todos
(Prouni) e Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
Já as instituições com
rendimento insatisfatório poderão ser impedidas de abrir novos cursos; ter
limitadas as quantidades de novos ingressos de estudantes; receber penalidades
e instauração de processos administrativos para o descredenciamento
institucional.
Há, ainda, 73 instituições
com ato de credenciamento vencido e que não participaram do censo em 2014. “É
papel do MEC exigir qualidade. E aquelas [instituições] que acham que não vão
participar do censo, e que nós não nos damos conta, nós vamos dar. E as medidas
serão severas”, disse Mercadante.
Por Agência Brasil.
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