O governador Paulo Câmara
(PSB) e os outros dois governadores do PSB - Ricardo Coutinho (PB) e Rodrigo
Rollemberg (DF) - assinaram nesta terça-feira (8) uma "Carta da
Legalidade" contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O
trio, assim como os outros 13 governadores que assinam o documento estiveram
reunidos com a presidente e com o ministro da Casa, Jacques Wagner (PT), antes
de um encontro para discutir o combate ao aedes aegypt no país. O PSB adiou
para o próximo dia 17 a reunião da Executiva Nacional do partido que definiria
a posição da legenda sobre o impeachment, marcada para esta quarta-feira (9). A
legenda é majoritariamente de oposição e os parlamentares socialistas
integraram a Chapa 2, oposicionista, para compor a comissão que analisará o
impeachment.
"A história brasileira
ressente-se das diversas rupturas autoritárias e golpes de estado que impediram
a consolidação da nossa democracia de forma mais duradoura. Tanto é assim que
este é o período mais longo de normalidade institucional de nossa história,
conquistado após a luta de amplos setores da sociedade. Nesse sentido, é dever
de todos zelar pelo respeito à Constituição e ao Estado Democrático de
Direito", diz o texto, escrito pelo governador de Sergipe, Jackson Barreto
(PMDB).
Leia a íntegra do documento:
CARTA PELA LEGALIDADE
Os Governadores estaduais
vêm por meio desta nota, manifestar-se contrariamente ao acolhimento do pedido
de abertura de processo de impeachment contra a Presidenta da República.
A história brasileira
ressente-se das diversas rupturas autoritárias e golpes de estado que impediram
a consolidação da nossa democracia de forma mais duradoura.
Tanto é assim que este é o
período mais longo de normalidade institucional de nossa história, conquistado
após a luta de amplos setores da sociedade. Nesse sentido, é dever de todos
zelar pelo respeito à Constituição e ao Estado Democrático de Direito.
Entendemos que o mecanismo
de impeachment, previsto no nosso ordenamento jurídico, é um recurso de extrema
gravidade que só deve ser empregado quando houver comprovação clara e
inquestionável de atos praticados dolosamente pelo chefe de governo que atentem
contra a Constituição.
O processo de impeachment
aberto na última quarta-feira, 02/12, carece desta fundamentação. Não está
configurado qualquer ato da Presidenta da República que possa ser tipificado
como crime de responsabilidade.
Compreendemos as
dificuldades pelas quais o país atravessa e lutamos para superá-las. Todavia,
acreditamos que as saídas para a crise não podem passar ao largo das nossas
instituições e do respeito à legalidade. Por isso, ciosos do nosso papel
institucional, conclamamos o país ao diálogo e à construção conjunta de
alternativas para que o Brasil possa retomar o crescimento econômico com
distribuição de renda.
Brasília, 08 de dezembro de
2015.
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