sexta-feira, 4 de maio de 2012

POUPANÇA. O QUE MUDOU?


A "nova" poupança trará um ganho menor para o poupador caso os juros caiam, mas manterá sua atratividade na comparação com outros tipos de investimentos de renda fixa atrelados aos juros, segundo cálculos de economistas. Assim como acontecia antes da mudança anunciada ontem, a caderneta irá render, em geral, mais que os fundos de renda fixa atrelados à Selic e os Certificados de Depósito Bancário (CDBs), mas terá desempenho inferior ao Tesouro Direto.
A partir desta sexta-feira (4), a rentabilidade da poupança para novos depósitos será atrelada à Selic sempre que a taxa de juros for menor ou igual a 8,5% ao ano. Atualmente, a taxa está em 9%. Como a perspectiva é de queda dos juros, a poupança começará a ter um retorno menor do que o atual. Assim, os novos aplicadores na caderneta ganharão menos do que os antigos. Ao mesmo tempo, os rendimentos das demais aplicações atreladas ao juro básico, como o CBDs, as Letras Financeiras do Tesouro (LFTs) e fundos de renda fixa indexados ao juro básico, também serão reduzidas.
Essa redução das remunerações faz todo o sentido. Isso não significa
 que a poupança está deixando de ser atraente. Estão sendo mudados os paradigmas dos investimentos no Brasil. A poupança, como era antes, deixa de fazer sentido em um novo cenário econômico brasileiro de inflação mais controlada, estabilidade de moeda e mais crescimento. O País está se aproximando das economias mais desenvolvidas e é natural uma mudança. Não faria sentido caminharmos para um juro de primeiro mundo com uma aplicação rendendo 6% ao ano mais taxa referencial (TR).
Para quem já tem dinheiro aplicado na poupança, ainda vale a regra antiga, cuja remuneração é independente da Selic (0,50% ao mês + taxa referencial). Para estes poupadores, vale a pena deixar o dinheiro como está, pois em um cenário de juros abaixo de 8,5%, todas as demais aplicações começam a pagar menos, e ele terá o melhor retorno na comparação com o Tesouro Direto, o CDB e os fundos de renda fixa.
Para quem já aplicou, tende a ser mais vantajoso deixar o dinheiro na poupança o maior tempo possível. A aplicação continua com a vantagem da alta liquidez, da possibilidade de resgate e depósito a qualquer momento, sem necessidade de um valor mínimo, e isenção do imposto de renda.
Já para o investidor que pretende começar a aplicar, a poupança continuará com o mesmo retorno enquanto o juro estiver a 9% ao ano. Quando a Selic chegar a 8,5%, ou menos, a rentabilidade vai cair, mas ainda assim a aplicação será mais interessante do que o CDB e os fundos de renda fixa atrelados aos juros. Pode valer a pena procurar outros tipos de investimentos, como títulos do governo atrelados a inflação ou outras modalidades de fundos. Quem tem dinheiro nos fundos de renda fixa atrelados aos juros pode passar para o Tesouro.
De qualquer forma, o Tesouro Direto continua sendo mais vantajoso para os investidores, justamente o objetivo do governo ao anunciar as novas regras. Agora, os juros podem ser baixados e os investidores continuam sendo atraídos pela rentabilidade dos títulos do governo.
O interessante é que o  investidor sempre avalie a sua situação antes de investir. Como muitas vezes as condições e taxas são diferentes, dependendo, por exemplo, do volume de dinheiro disponível pelo poupador, é preciso fazer as contas.
Se o investidor tiver muito dinheiro disponível, poderá conseguir uma rentabilidade maior para o CDB, por exemplo, e esta aplicação pode ser interessante. Para o investidor pequeno, em geral a aplicação ideal é mesmo a poupança e o Tesouro Direto. Dificilmente ele conseguirá acesso a fundos de investimento com taxas de administração baixas.

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