Produtores culturais e
fazedores de cultura compareceram, nesta quinta-feira (12), ao teatro Arraial Ariano
Suassuna, para conhecer as propostas da Secretaria de Cultura e Fundarpe a
respeito da reforma do Sistema de Incentivo à Cultura – instituído através da
Lei de Incentivo à Cultura nº 11.005, de 1993. Em 2002, a Lei 12.310 de
19.12.2002 alterou a Lei 11.005 e instituiu o Funcultura como único mecanismo
do SIC. A proposta da Secult e Fundarpe agora é inserir novas modalidades ao
SIC, para atender a objetivos tais como: ampliação e maior democratização dos
recursos, desburocratização e mais apoio aos pequenos projetos, autonomia e
sustentabilidade econômica, regionalização, cooperação entre estado e
municípios, preservação do patrimônio cultural, diversidade das expressões
culturais, participação e controle social, etc.
As mudanças chegam para
ampliar os recursos destinados à cultura e preveem o acréscimo, no SIC, das
modalidades: Mecenato, Microprojeto e Credcultura.
FUNCULTURA – Para o
Funcultura – a partir de 2016, de acordo com o que já foi encaminhado pela Lei
Orçamentária Anual (LOA) – já está previsto um limite maior de dedução fiscal,
no valor de R$ 35 milhões. Esse valor pode ser reajustado por decreto e, caso
as empresas não contribuam até esse teto, haverá garantia de complemento pelo
Tesouro Estadual.
No debate com o setor
cultural, a Secult apresentou também a proposta da opção que as empresas terão
de associarem suas marcas aos produtos finais do Funcultura, desde que elas
façam uma contribuição adicional, não dedutível, de 20%, sobre a sua
contribuição inicial.
A Secult também propõe
reduzir o limite de utilização do Funcultura Governamental para 40% do valor do
Funcultura.
MICROPROJETO – Os
microprojetos serão editais específicos para projetos culturais de baixo
orçamento (até R$ 20 mil). É voltado para pessoas físicas ou jurídicas sem fins
lucrativos, grupos de expressões da cultura popular, comunidades tradicionais,
rurais e de periferias. Um edital sem muita burocracia, para atender a projetos
mais simples e baratos. Os recursos para este edital seriam provenientes de 50%
dos possíveis aportes adicionais das empresas ao Funcultura (citado acima).
MECENATO – O Mecenato é mais
uma proposta do Governo de alternativa de recursos para o SIC. O objetivo é
incentivar projetos culturais por meio da aplicação de recursos financeiros,
captados diretamente de empresas incentivadoras, dedutíveis do ICMS, por
produtores independentes com ou sem fins lucrativos e instituições da
administração indireta municipal.
A modalidade Mecenato propõe
o incentivo a três tipos de projetos. Os projetos do Tipo 1 são os que
compreendem a ocupação, aquisição, reforma, restauro ou manutenção de acervos ou
de espaços e equipamentos culturais, tais como centros culturais. Os projetos
Tipo 2 são os que compreendem ciclos culturais consagrados, promovidos pelo
poder público, tais como Carnaval, Semana Santa, São João e Natal, e festivais
promovidos pelo estado. Os do Tipo 3 são todos os demais projetos culturais não
inclusos nas categorias acima.
Será obrigatório, por parte
da incentivadora, um aporte adicional, não dedutível, de 10%, 15% e 20%, do
valor incentivado (dedutível de ICMS) para os projetos de tipo 1, 2 e 3
respectivamente. Esse aporte adicional será destinado ao Credcultura.
CREDCULTURA – A proposta do
Credcultura objetiva fortalecer a economia da cultura com investimentos que
visam à criação, produção, preservação e divulgação de bens e serviços
culturais, incluindo a aquisição de equipamentos. Os recursos serão empréstimos
a pessoas físicas e jurídicas da cultura através da Agefepe (Agência de Fomento
de Estado de Pernambuco), oriundos do aporte adicional obrigatório das
investidoras culturais do mecenato.
FORTALECIMENTO E
MODERNIZAÇÃO DO FUNCULTURA – A reunião debateu muito os problemas da
modernização administrativa do Funcultura, desburocratização e informatização.
A Secult e Fundarpe informaram que constituíram grupo de trabalho, há mais de
um mês, que vem trabalhando numa proposta para ação imediata. O secretário
esclareceu que para isso não há necessidade de mudança legal, basta alterar o
decreto regulamentador atual, para modernizar os procedimentos da Comissão
Deliberativa, dar mais transparência aos julgamentos e democratizar a
distribuição de recursos. Também informou que os entendimentos com a Agência
Estadual de Tecnologia da Informação (ATI) estão avançados para a
informatização do órgão. A Fundarpe dará continuidade às reuniões com os
diversos setores envolvidos.
ENCAMINHAMENTOS – Como
resultado da reunião, a proposta já sofreu algumas alterações e está
disponibilizada a partir de agora como minuta no portal da Cultura para
consulta e sugestões. Internamente, os setores do governo responsáveis por
elaborar a mensagem final para a assinatura do governador, vão fazendo as
adequações, até o envio do projeto para a Alepe. “Ficou demonstrada a
necessidade de continuar o debate para ampliar a discussão. Ouvimos as
sugestões, que poderão ser incorporadas à minuta da Lei, que seguirá para a
Alepe. Ao governo e à Alepe caberá justamente a mediação com a sociedade civil,
a partir das diferentes opiniões e sugestões colocadas”, avaliou o secretário
Marcelino Granja.
Marcelino também esclareceu que
é muito importante enviar o projeto para a Alepe, o mais breve possível, pois é
lá que será dada a palavra final sobre a proposta. “Quanto mais cedo chegar,
mais tempo teremos de discutir. Não temos pressa em aprovar açodadamente este
projeto. Ele será votado no tempo suficiente para considerar todas as sugestões
e escolhas. E esse ambiente será na Assembleia Legislativa.
O Site da Secretaria de
Cultura / Fundarpe
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