O episódio visto na semana
passada com a condução coercitiva do ex-presidente Lula para depor na Polícia
Federal se conclui que ou o juiz Moro é
muito burro ou está afim de tocar fogo no circo, pois até uma criancinha
saberia que levar Lula forçado a depor (para muitos é o mesmo que ser preso)
provocaria reações dos militantes do PT. Ou seja, daqui pra frente, Moro é
responsável pelas eventuais (e quase certas) eclosões de tumultos (mas Moro,
que é um homem honrado, afirmou, com santa inocência ou perfeita cara de pau,
que assim agia justamente para evitar distúrbios).
Para mim, se havia alguma
dúvida sobre o caráter político-ideológico do encaminhamento dado às
investigações de corrupções na Petrobrás, que passam absolutamente ao largo dos
indícios de práticas semelhantes nos governos e nas campanhas da oposição, as
dúvidas foram dissipadas. A espetaculosa mobilização de aparato policial-midiático
teve um objetivo preciso, em seu caráter simbólico: desconstruir a imagem de
Lula, já minada diariamente pela mais facciosa cobertura da imprensa.
Contudo, não há mal que não
traga um bem. Lula, tão logo terminou o seu depoimento na PF se dirigiu à sede
do seu partido (PT) e em coletiva concedida à imprensa, foi enfático na sua
defesa e argumentos, que de imediato repercutiu nos meios de comunicação. Lula
recebeu apoio das mais variadas representações da nossa sociedade, em
reconhecimento ao ato arbitrário do Juiz Moro.
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