A declaração do titular da
Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), Pedro Eurico, de que
comunica-se por telefone com presidiários para receber denúncias de tortura no
sistema prisional voltou a ser assunto no Plenário da Assembleia Legislativa. Nesta
quarta (3), deputados foram à tribuna lamentar nota do Governo, publicada na
noite de ontem, em que a gestão diz que o secretário foi “mal compreendido” e
que o número de telefone do gestor teria sido entregue a familiares de presos,
não diretamente aos detentos. A afirmação do gestor havia sido feita durante
reunião da Comissão de Cidadania, na terça (2).
“É mesmo de indignar. A nota
não condiz com a realidade dos fatos, e o Governo deve achar que nós deputados
estaduais e toda a imprensa presente somos qualquer coisa”, protestou o líder
da Oposição, Sílvio Costa Filho (PTB). “O secretário falou expressamente que
conversa com os presidiários, e inclusive vamos ao Ministério Público para
descobrir o teor desses diálogos”, anunciou.
Para Edilson Silva (PSOL), a
nota “é um desrespeito aos parlamentares, por desmentir afirmações ditas em
alto e bom som em uma comissão permanente deste Poder”. Na opinião do psolista,
a manifestação de apoio ao secretário tem intenções políticas, e parte do
interesse do PSB – partido do governador Paulo Câmara e do prefeito do Recife,
Geraldo Júlio – de não se indispor com aliados para as eleições na capital. “Seria
mais honesto explicar isso, e não empurrar uma versão absolutamente falsa que
causa indignação”, comentou Silva.
Joel da Harpa (PROS)
defendeu o afastamento do titular da SJDH, e considerou “perigosíssima” a
permanência de Pedro Eurico no cargo. “Homicídios, assaltos a banco e
sequestros são ordenados de dentro das prisões através dos celulares, e a
continuidade de um secretário conivente com isso é uma ameaça ao povo de
Pernambuco”, sustentou.
Do Site da ALEPE.
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