Único pernambucano a constar na lista de 38 réus do
mensalão, o ex-deputado federal Pedro Corrêa Neto (PP) foi cassado em 2006 e
teve seus direitos políticos suspensos até 2014. Após seis mandatos na Câmara,
ele diz que hoje se dedica à atividade pecuária, mas jamais se afastou da
política.
Em 2006, ano que perdeu o mandato, Corrêa ajudou a eleger a
filha Aline deputada federal pelo PP de São Paulo. Ela renovou o mandato em
2010 e faz às vezes do pai em Brasília, onde ele costuma ir quase toda semana.
Este ano, o ex-deputado lançou outra filha, Clarice, candidata à vice na chapa
do prefeito do Brejo da Madre de Deus, Édson Souza (PTB), que disputa a
reeleição.
Pedro Corrêa responde no STF pelos crimes de corrupção
passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Ele foi cassado por
quebra do decoro parlamentar, por ter autorizado João Cláudio Genu, ex-assessor
do PP – partido do qual era dirigente nacional – a sacar R$ 700 mil de uma das
contas do publicitário Marcos Valério. Genu, assim como Valério, também figura
na lista de réus do caso.
O advogado de defesa de Pedro Corrêa, Marcelo Leal, deve
aderir à tese de que o mensalão não existiu. Ou então tentará provar que, se
houve pagamento em troca de apoio ao governo, seu cliente não recebeu. Vai
alegar que o saque feito na conta de Valério era para pagar honorários do
advogado que defendeu o então deputado Ronivon Santiago (PP-AC) em processos na
Justiça Eleitoral, e teria sido ofertado ao PP pelo PT para promover um acordo
eleitoral entre as duas legendas.
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