Cinco dias após terem descoberto o vírus Gauss em mais de
2.500 computadores, a maioria no Líbano, os investigadores da Kaspersky Lab
reconheceram não conseguir vencer o malware. Frente à incapacidade de destruir
o vírus, a companhia teve que pedir ajuda.
Entre a multidão de componentes intrigantes de Gauss existe
uma "ogiva" criptografada que procura um sistema de computador
específico sem conexão com a Internet e instala-se automaticamente se encontrar
essa configuração.
“Apesar de nossos melhores esforços, não conseguimos quebrar
a criptografia”, explicaram os investigadores da Kaspersky no seu blog na
terça-feira (14/08). Por isso, a empresa publicou todas as informações disponíveis
sobre o vírus, na esperança de que alguém “possa encontrar uma solução e
desvendar os seus segredos”. A companhia convidou todos os interessados em
criptologia, numerologia e matemática a se juntarem a ela para extrair os dados
do vírus.
Até o momento é difícil dizer com precisão o que é que está
por trás do Gauss. As pistas indicam que se trata de um vírus muito
sofisticado, produzido pelo mesmo estado, ou grupo de estados, que desenvolveu
Flame, o vírus que espionou computadores no Irã até maio deste ano. Stuxnet, o
vírus que interrompeu o trabalho de enriquecimento de urânio no Irã em 2010,
também poderia estar relacionado.
O propósito de Gauss parece ser o de adquirir logins de contas
de e-mail, mensagens instantâneas, redes sociais e, principalmente, contas nos
principais bancos do país. O Banco de Beirute, o Blom Bank, o Byblos Bank, o
Credit Libanais, o Citibank e o sistema de pagamento Paypal foram as companhias
afetadas.
Contudo a ogiva do vírus sugere que os atacantes estejam
atrás de algo maior. Os investigadores afirmaram que ela é suficientemente
grande para conter uma função do tipo da Stuxnet. Este vírus era capaz de fazer
girar as centrífugas atômicas do Irã fora de controle, evitando o programa de
enriquecimento de urânio.
Se os investigadores estiverem certos e Gauss tiver sido
produzido por um Estado, esta será a primeira vez que um vírus desse tipo é
desenvolvido com objetivos financeiros. Os vírus anteriores descobertos no Irã
sempre foram dirigidos contra o programa nuclear do país.
Especialistas libaneses já disseram anteriormente que uma
campanha de espionagem americana dirigida aos bancos do Líbano teria sentido.
Os Estados Unidos têm a preocupação de que os bancos libaneses são usados para
ajudar o regime sírio e a Hezbollah, além do grupo militar e o partido político
do Líbano.
Via New York Times.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça o seu comentário para que possamos melhorar sempre o nosso Blog.