As estatísticas de violência em Pernambuco não param de assustar. Pelo
quarto mês consecutivo, os números ultrapassam recordes históricos e desafiam o
Governo do Estado. Segundo a Secretaria de Defesa Social (SDS), 548
assassinatos foram registrados em Pernambuco no mês de março (média de 18 por
dia). Um resultado nunca visto na história do Pacto pela Vida. Em mais de dez
anos, os resultados ainda não haviam se aproximado de uma marca tão negativa. Até então, o
recorde era de 498 homicídios – contabilizados em fevereiro deste ano.
Em apenas três meses, Pernambuco já registrou 1.522 assassinatos. O
Interior do Estado é a região que apresenta dados mais preocupantes. No total,
828 mortes, sendo 295 somente no mês de março. Na capital pernambucana, 240
homicídios no primeiro trimestre deste ano. No último mês, 96. Nos outros
municípios que compõem o Grande Recife, houve o registro de 545 homicídios,
sendo 157 em março.
Se não houver um freio, segundo estimativas, o Estado pode terminar o
ano com mais de 6 mil assassinatos. Até então, o recorde é de 4.634 – número
registrado no ano de 2006.
Às vésperas da divulgação do novo balanço da violência em Pernambuco, o
Governo do Estado se apressou em divulgar um “novo plano” de segurança. Explico
as aspas: boa parte das ações anunciadas como novidade pelo governador Paulo
Câmara já estão sendo implementadas há anos, como os concursos das
polícias Civil e Científica. No primeiro dia do seu governo, em 2015, ele
confirmou que as seleções seriam realizadas, previstas desde o segundo mandado
do governo Eduardo Campos. E todas já estão em andamento desde o início do ano
passado – a maioria em fase final.
O número de novas vagas para delegados, inclusive, são menores do
que se esperava. Em 2011, o então secretário de Defesa Social, Wilson Damázio,
anunciou na Assembleia Legislativa de Pernambuco que 200 novos delegados seriam
incorporados à segurança estadual. O tempo passou, o assunto morreu. Em 2014,
houve a promessa de 100 – mantida até a semana passada, quando o governador
Paulo Câmara afirmou que seriam 140 vagas. Vale lembrar que há muitas
delegacias, principalmente no Interior, que não têm delegados titulares. E há
profissionais que acumulam duas ou até três delegacias.
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