Servidores públicos
realizaram, nesta segunda (24), vários atos públicos no intuito de discutir a
realidade das contas públicas do nosso país.
Comparando-se as receitas
federais realizadas em 2015 e as despesas federais pagas em 2015, constata-se
uma “sobra” de recursos da ordem de R$ 480 bilhões – quase meio trilhão de
reais. Ou seja, tal valor aparece do lado das receitas realizadas, mas não há
indicação de onde teria sido gasto. Os recursos da Seguridade Social foram mais
que suficientes para cobrir as despesas com Previdência social, Saúde e
Assistência Social e ainda sobraram dezenas de bilhões! O maior gasto é com a
dívida pública, que tem crescido por conta dos diversos mecanismos quer geram
emissão de volumes crescentes de mais dívida. O Banco Central tem sido o maior
responsável pelo gasto com remuneração da sobra de caixa dos bancos e swaps
cambiais.
Ajuste Fiscal para pagar
dívida – Corte de serviços públicos, corte de direitos sociais, corte de investimentos
públicos geradores de emprego, privatizações, aumento de tributos e outras
medidas drásticas que afetam profundamente a vida das pessoas e a economia do
País têm sido justificadas pela necessidade de pagar a chamada dívida pública,
tanto em âmbito federal com estadual e até municipal.
Projetos cortam direitos
sociais para destinar recursos para a dívida – Diversos projetos reduzem
investimentos sociais para destinar mais recursos ao pagamento de juros da
chamada dívida pública, por exemplo:
- PEC 143/2015 e PEC
31/2016: aumentam a DRU (Desvinculação das Receitas da União) para 30% e criam
a desvinculação para estados e municípios (DREM), colocando em risco o SUS.
- Contrarreforma da
previdência: aumenta idade para aposentadoria e subtrai direitos dos
trabalhadores e Contrarreforma Trabalhista.
- PEC 241/2016: congela por
até 20 anos todos os gastos e investimentos Primários, liberando ainda mais
recursos para os gastos com a dívida pública.
De maneira infame, a PEC 241
reserva recursos para aumento de capital de “estatais não dependentes”, que
sãos as empresas usadas em esquemas de geração de dívida pública que o PLS
204/2016 visa “legalizar”.
Que dívida é essa? A
história da dívida pública no Brasil é um somatório de escândalos que inclui
transformações de dívidas do setor privado em dívidas públicas; pagamento de
encargos, ágios, e taxas ilegais e ilegítimas; operações em paraísos fiscais;
ausência de documentação e de transparência, e até suspeita de renúncia à prescrição.
Atualmente, diversos mecanismos financeiros têm gerado dívida pública no
Brasil, sem contrapartida alguma ao país ou à sociedade.
O que está provocando rombo
nas contas públicas é o custo dos mecanismos que geram “dívida” sem
contrapartida alguma:
- Elevadíssimas taxas de
juros: praticadas sem justificativa técnica, jurídica, econômica ou política,
configurando-se uma transferência de renda e receita ao setor financeiro
privado;
- A ilegal prática do
anatocismo: incidência contínua de juros sobre juros, que promovem a multiplicação
da dívida por ela mesma;
- As escandalosas operações
de swap cambial realizadas pelo Banco Central, que correspondem à garantia do
risco de variação do dólar paga pelo BC principalmente aos bancos e a grandes
empresas nacionais e estrangeiras, provocando prejuízo de centenas de bilhões
de reais em 2014/2015;
- Remuneração da sobra do
caixa dos bancos por meio das “operações compromissadas”, realizadas pelo BC
com os bancos, sem a devida transparência. Estimam-se gastos de pelo menos R$
200 bilhões em 2015.
O ajuste Fiscal e os Cortes
devem ser feitos nos juros abusivos e mecanismos financeiros.
Auditoria da Dívida está
prevista na Constituição Federal – o Art. 26 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias determina a realização da auditoria da dívida. Tal dispositivo não
foi cumprido até hoje. A Constituição está sendo desrespeitada!
AUDITORIA – Cidadã da Dívida
– Coordenação Nacional da Auditoria Cidadã da Dívida – SAS, Quadra 5, Bloco N,
1º andar – CEP 70.438-900 – Edifício OAB – Brasília/DF – telefone (61) 2193.9731-
auditoriacidada@terra.com.br –
auditoriacidada@gmail.com – www.auditoriacidada.org.br
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