Em um artigo duro contra o
correligionário Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidência da Câmara dos Deputados, o
deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) defende neste domingo 26 que o
afastamento de Cunha do cargo "é o melhor caminho", até para que
"possa se explicar e se defender das acusações que lhe pesam".
Cunha foi acusado pelo
delator Júlio Delgado, da Lava Jato, de ter recebido US$ 5 milhões em propina.
Depois que a denúncia veio à tona, o presidente da Câmara anunciou seu
rompimento com o governo da presidente Dilma Rousseff, afirmando que se tratava
de decisão "pessoal" e que não afetaria sua atuação como comandante
da Casa. Jarbas define a decisão como "demonstração oportunista e
aproveitadora", que "não pode" ser dissociada do cargo que hoje
ocupa.
Sobre os trabalhos
realizados na Casa no primeiro semestre, o cacique do PMDB faz críticas
ferrenhas: foram marcados pelo "autoritarismo", de forma
"precipitada e desordenada". "A população pôde acompanhar
sessões de votações cheias de manobras regimentais. Esses manejos
procedimentais fizeram com que assuntos altamente relevantes passassem pela
Casa sem as discussões necessárias, como a terceirização, a redução da maioridade
penal e essa falsa reforma política que está sendo discutida no
Congresso", exemplifica.
Ele defende ainda que na
Câmara dos Deputados, "onde estão em jogo projetos e ações que mexem com a
vida de toda a população brasileira, não é correto trabalhar de forma medíocre
e confusa, como ocorreu no primeiro semestre deste ano". Para o segundo
semestre, prevê que "dificuldades e embates serão uma constante".
"Não podemos, como
representantes eleitos da população, correr o risco de trabalhar pautado por
quem não tem condições éticas de exercer sua função", conclui.
Do TribunaHoje.
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