Levantamento feito pelo
Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com base em dados do
Ministério da Saúde, mostra que a taxa de mortalidade infantil passou de 50
para cada mil crianças nascidas vivas, no final da década de 1990, para 12
atualmente. O número se aproxima do previsto pela Organização Mundial de Saúde
(OMS), que são 10 mortes para cada mil nascimentos.
No tema mortalidade
infantil, o Brasil fez um grande avanço e o “Estatuto da Criança e do
Adolescente” [ECA] salvou a vida de muitas crianças, garantindo seu
desenvolvimento, afirmou à Agência Brasil o coordenador do Programa Cidadania
dos Adolescentes do Unicef, Mário Volpi.
A redução da mortalidade
infantil, segundo o coordenador do Movimento Nacional de Direitos Humanos em
São Paulo, o advogado Ariel de Castro, deve-se às previsões do estatuto, que
tratam do direito à saúde, do atendimento à gestante, da prioridade que deve
ser dada à saúde da criança, ao pré-natal e aos cuidados no pós-parto.
"Trata também da
prioridade que a rede de saúde tem que dar na assistência materno infantil,
isso foi aprimorado pelo estatuto. A partir de programas como o Saúde da
Família, do reforço da pediatria nos hospitais e unidades básicas de saúde
conseguimos melhorar os índices, bem como as políticas de saneamento
básico", explicou Alves.
Já na educação, conforme
dados do Ministério da Educação (MEC), mais de 98% das crianças estão
matriculadas no ensino fundamental e 85% dos adolescentes têm acesso ao ensino
médio. "Esse aumento quantitativo se deu exatamente em razão da atuação
dos conselhos tutelares, criados pelo estatuto, das entidades da sociedade
civil, que exigiram as vagas com base no que prevê o ECA quanto ao dever do
Estado de garantir a educação para essa parcela da população", disse Ariel
Alves.
Para o promotor de Justiça e
de Defesa da Infância e da Juventude do Distrito Federal Anderson Pereira de
Andrade, outra conquista do ECA foi o aperfeiçoamento do sistema nacional de
adoção. Segundo ele, as regras estabelecias pelo estatuto melhoram a preparação
das famílias interessadas na adoção, além de acelerar o processo.
"Antigamente, as pessoas tinham ideia de que adoção era para dar uma
criança à família que não tem. O ECA veio dizer que não. Veio dizer que a
adoção existe para dar à criança uma família que ela não tem. Então o foco do
interesse mudou. O interesse deixou de ser da família para ser da
criança", explicou o promotor que atua na área cível há 30 anos.
A partir do ECA, acrescentou
Andrade, foi criado o Cadastro Nacional de Adoção em sintonia com os cadastros
dos estados. Hoje as famílias interessadas podem consultar, regional ou
nacionalmente, se tem uma criança que pode ser adotada dentro do perfil
desejado. Esse cadastro nacional de adoção, que é domiciliado no CNJ [Conselho
Nacional de Justiça], também é uma ferramenta muito importante de defesa do
direito da criança e do adolescente.
Da Agência Brasil.
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