Foto: Blogueirasnegras.org
A CPI criada na Câmara
Federal para apurar as causas da violência e da morte de jovens negros no
Brasil encerrou o seu trabalho de ouvir ideias e propostas em Pernambuco, nesta
segunda-feira (17/07). O encontro com representantes do governo, do Ministério
Público e da sociedade civil na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe)
foi a última audiência pública antes da apresentação e votação do relatório do
colegiado em Brasília.
O Cabo de Santo Agostinho é
o município mais vulnerável do País para a juventude negra, segundo o Índice de
Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade Racional, divulgado em maio
pelo governo federal em parceria com a Unesco (Organização das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência e a Cultura).
Pernambuco fica em terceiro
lugar no ranking dos estados. O estudo mostra que as chances de um jovem negro
ser assassinado em Pernambuco são 11,5 vezes maior do que a de um jovem branco.
"O estudo revela um
quadro de preocupação. Pernambuco melhorou os dados, mais ainda está numa
situação que requer atenção. Os governos municipal, estadual e federal precisam
agir em conjunto para elaborar políticas públicas que possam reverter esse
quadro", defende o deputado federal Betinho Gomes (PSDB-PE), autor do
requerimento para que a CPI realizasse uma audiência em Pernambuco.
No relatório do colegiado serão
apresentadas cinco metas nacionais para serem cumpridas no prazo de dez anos. O
documento também vai sugerir a criação de um fundo nacional de promoção da
igualdade racional no País.
"A violência hoje, o
homicídio, sobretudo, gira em torno da juventude negra, principalmente da
juventude negra e pobre. Por conta disso, ela requer uma ação especial",
explica Betinho.
Do JC Online.
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