Desaparecimento de documentação oficial, ordenação de
despesas não previstas no orçamento, exonerações em massa, comprometimento da
prestação de serviços públicos. Em períodos pós-eleitorais, de transição entre
governos, esses problemas acabam se tornando frequentes, principalmente em municípios
onde há a troca de grupos políticos no poder.
Só em Pernambuco, o Ministério Público já oficializou cinco
recomendações para restabelecimento de prestação de serviços públicos, desde a
realização do primeiro turno, no último dia 7 de outubro. Para tentar encontrar
uma estratégia comum de combate a esse tipo de prática, as 23 instituições que
compõem o Fórum Permanente de Combate a Corrupção em Pernambuco (Focco-PE) se
reúne na manhã desta sexta-feira (26), na sede da Procuradoria Regional da República.
Na ocasião, o Ministério Público vai apresentar uma
recomendação unificada para todas as 184 prefeituras do Estado, alertando aos
gestores para suas responsabilidades nesse período de transição. O documento
lembra que os prefeitos podem responder legalmente pelas irregularidades
cometidas e algumas delas, além de configurar ato de improbidade
administrativa, também são passíveis de enquadramento criminal.
"Um ato em que o gestor contraria a norma jurídica,
como por exemplo, o desvio de dinheiro público, ele tanto é ato de improbidade
como é uma conduta penalmente punível", explica o promotor de Justiça
Maviael Souza, coordenador do Centro de Apoio às Promotorias de Justiça de
Defesa do Patrimônio Público do MPPE, responsável pela apresentação do documento.
Ainda será enviada uma recomendação de circulação interna,
redigida pelo procurador-geral de Justiça, Aguinaldo Fenelon, orientando todos
os promotores de Justiça que priorizem as denúncias de interrupção na prestação
de serviços públicos e irregularidades de gestão como um todo. No Estado, as
Promotorias de Justiça de Agrestina, Belo Jardim, Bezerros, Lajedo e Pesqueira
já oficializaram recomendações e pedidos de informações aos gestores e apuram
supostas irregularidades. Outros órgãos, como o Tribunal de Contas do Estado
(TCE), também investigam denúncias em outros municípios.
Na reunião, os representantes dos órgãos de controle
pretendem ainda ampliar a cooperação para que a troca de informação entre as
diversas instâncias seja mais eficiente. "A ideia é fazer a informação
circular entre os órgãos de maneira mais rápida e fazer com que as decisões
sejam tomadas de modo mais eficiente", destacou Maviel Souza.
Do JC Online.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça o seu comentário para que possamos melhorar sempre o nosso Blog.