Em Pernambuco, 9 crianças
apresentaram, até agora, a síndrome respiratória aguda grave (SRAG), conhecida
como a forma mais grave de gripe. Sete delas têm menos de 2 anos, uma tem 2
anos e outra tem 5 anos
Dos 10 pacientes que
apresentaram complicações graves provocadas pelo H1N1 em Pernambuco este ano,
nove são crianças. Sete delas têm menos de 2 anos, uma tem 2 anos e outra tem 5
anos. Todas apresentaram a síndrome respiratória aguda grave (SRAG), conhecida
como a forma mais grave de gripe. “Ainda há mais um caso de paciente com menos
de dois anos que apresentou SRAG, mas a análise laboratorial não conseguiu
reconhecer o subtipo do vírus. Verificou-se que era influenza A, mas não deu
para identificar o subtipo: H1N1 ou H3N2, por exemplo”, explica a sanitarista
Ana Antunes, gerente de Vigilância Epidemiológica das Doenças Imunopreveníveis
da Secretaria Estadual de Saúde (SES). “Todos esses casos já tiveram alta
hospitalar.”
Esse recorte que evidencia a
concentração dos casos graves de gripe em crianças acende o alerta para a
importância da prevenção da gripe por meio da vacinação, como também a
necessidade de cuidado reforçado e precoce diante de quadros gripais,
especialmente na população com menos de 2 anos. Trata-se de um grupo em que o
H1N1, em vez de causar síndrome gripal, pode se apresentar de forma mais
agressiva. “Isso reforça a importância da vacina nessa população. Crianças que
têm complicações por causa da influenza (popularmente conhecida como gripe) provavelmente
não foram imunizadas”, diz o presidente da Sociedade de Pediatria de
Pernambuco, pediatra Eduardo Jorge da Fonseca Lima.
No ano passado, o Recife e o
Estado atingiram a meta geral da campanha de vacinação contra influenza (para
se quebrar a cadeia de transmissão dos vírus da gripe, recomenda-se que 80% do
público-alvo sejam vacinados). O detalhe é que, entre as crianças de 6 meses a
menores de 5 anos, a cobertura vacinal para influenza só chegou a 68,9%, em
2015, no Recife. Para todos os outros grupos prioritários, a meta do município
foi alcançada. “As crianças realmente são vistas como prioridade para a
vacinação, pois podem manter a transmissão dos vírus quando não imunizadas. Os
outros grupos também não devem relaxar. Nosso foco agora é sensibilizar essa
população a participar da campanha de vacinação”, esclarece Ana Antunes.
A vacina contra gripe também
é valiosa para oferecer proteção contra pneumonia, segundo mostra a tese de
doutorado de Eduardo Jorge. “A conclusão é que a chance de internamento por
pneumonia foi 3,7 vezes maior nas crianças menores de 2 anos que não tinham
tomado a vacina de gripe, quando comparadas com as que tinham se imunizado”,
destaca o pediatra, que vê o vírus influenza como um agente que pode facilitar
a infecção bacteriana. “A infecção pelo influenza destrói a defesa e favorece
uma bactéria, especialmente o pneumococo”, ressalta Eduardo Jorge.
Cinthya Leite do JC Online.
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