O projeto
socialista ao Palácio do Planalto na próxima eleição deve ser “oficializado”
entre velhos aliados. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), vai
informar ao ex-presidente Lula (PT) que será candidato à Presidência da
República nas eleições de 2014. O encontro deverá acontecer nos próximos dias.
Campos aguarda apenas a confirmação da data por parte dos assessores do cacique
petista.
A informação
da candidatura de Campos à Presidência da República foi noticiada recentemente
pelo líder do PSB na Câmara, o deputado Beto Albuquerque. Na ocasião, ele
chegou a afirmar que Lula não poderia “negar um direito que ele mesmo teve no
passado”. Ou seja, disputar várias eleições até chegar ao cargo mais importante
do país. “Ele é o nosso ensinamento, nosso exemplo é o Lula”, comentou.
Líderes
socialistas chegaram a dizer que o partido já havia até mesmo
preparado uma
estratégia de candidatura para o governador: se lançará como candidato e, caso
seja derrotado no primeiro turno, ficará ao lado da presidente Dilma Rousseff
na segunda volta da disputa. O deputado Beto Albuquerque confirmou a
estratégia.
O nome do
governador de Pernambuco chegou a ser cogitado como uma possibilidade para
ocupar a vice de Dilma no projeto de reeleição da petista. A manobra era
articulada nos bastidores pelo ex-presidente Lula, que teria a intenção de
barrar as pretensões do aliado. Neste cenário, o atual vice-presidente Michel
Temer (PMDB) sairia da chapa, mas teria o apoio do PT para disputar o comando
do governo do estado de São Paulo também em 2014.
Esta
possibilidade da vice, articulada por Lula para impedir a candidatura do
governador, irritou líderes do PSB e o próprio Campos. “Ficou parecendo que
Lula está fazendo o seguinte: vou dar uma balinha àquele menino para ele ficar
calmo. Não é assim. Eduardo não tem o que ganhar não indo em 2014. É um caminho
sem volta”, declarou um interlocutor próximo, de acordo com O Globo.
O PSB já deu
sinais de que o rompimento com o PT é possível. Nas últimas eleições, os dois
partidos protagonizaram disputas acirradas em capitais estratégicas, como
Fortaleza, Recife e Belo Horizonte. Em todas elas, o partido de Campos saiu
vencedor. Apesar da disputa, o PSB permaneceu na base do governo e ainda hoje
ocupa dois ministérios, como o da Integração Nacional, comandado por Fernando
Bezerra Coelho. Aliás, o ministro é um dos nomes cotados para suceder o
governador no Executivo pernambucano.
Interlocutores
do governador garantem que o plano é continuar na base do governo ao longo
deste ano, sem tocar no assunto de imediato. No entanto, o partido deixará
claro à presidente que fique livre para substituir o comando dos ministérios em
sua reforma ministerial. O governador pernambucano, em suas declarações, tem
negado este tipo de movimentação de aliados e o interesse por cargos dentro do
governo para se manter ao lado do PT.
Enquanto
isso, o PSB já articula uma caravana para divulgar o nome do seu líder
nacionalmente. A estreia do primeiro evento tem data marcada. Será no dia 9 de
abril. Na ocasião, Eduardo Campos falará a cerca de cinco mil empresários num
evento em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A palestra passará por críticas à
atual política econômica e apontará soluções.
Do JC
Online.
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