Com o objetivo de alertar a população e fazer com que a
sociedade se envolva e cada vez mais denuncie casos de corrupção em todo o
Brasil, o Movimento do Ministério Público Democrático (MPD) vem promovendo
desde maio a campanha "Não Aceito Corrupção". A campanha, presente na
internet, nos aeroportos, nos cinemas, nas rádios e na mídia impressa tem um
caráter ainda mais amplo: o de mudar a cultura de combate à corrupção de cada
cidadão.
"A campanha quer contribuir para o resgate da
capacidade de indignação das pessoas com a corrupção. Queremos dar um
chacoalhão e trabalhar mais este tema, que é muito sério", diz Roberto
Livianu, promotor de justiça criminal de São Paulo e coordenador nacional da
campanha.
Lançada há seis meses, a campanha vem se desdobrando e
evoluindo em diversas direções. Hoje, a campanha conta com dois filmes
promocionais, anúncios de jornal, spots de rádio, banners de internet e
mensagens que garantem sua veiculação em todo o país.
"Quando lançamos a campanha, pensávamos que ela fosse ter
uma vida mais curta, mas para nossa surpresa, ela repercutiu e
vem se ampliando
bastante", revela Livianu.
Levianu, que também é doutor em direito penal pela USP, diz
ainda que sempre foi um estudioso deste tema e que há anos se dedica ao combate
à corrupção, já que como promotor, uma de suas principais tarefas é envolver a
sociedade e fazer com que as pessoas encarem este problema de frente.
O que inicialmente era para ser uma ação episódica, ganhou
uma dimensão muito maior e hoje um dos seus maiores objetivos é disseminar a
ideia de que não devemos aceitar a corrupção.
"É uma campanha que busca alertar a todos os
brasileiros, convidando-os a atuar mais democraticamente e, acima de tudo,
exercer seu direito de cidadão, com ênfase na devastação social que a corrupção
produz e continuará a produzir se nada for feito", diz Livianu.
Qualquer cidadão de qualquer lugar do país pode participar
da campanha. As denúncias devem ser feitas no site
(www.naoaceitocorrupcao.com.br) através de um mapa do Brasil e que serão
encaminhadas a cada um dos Ministérios Públicos Estaduais. As denúncias podem
ser anônimas e são feita de maneira simples, como se fossem emails.
"Vale lembrar que esta não é uma iniciativa para
tabular denúncias, mas sim, para contribuir com a mudança de cultura, porque
quanto mais se amplia este acesso, menos este tema se esgota."
Próximos passos
Devido à boa aceitação da campanha, os organizadores já
preparam algumas novas ações. No dia 9 de dezembro, Dia Internacional de
Combate à Corrupção, vai acontecer em São Paulo uma bicicletada em que os
participantes estarão vestidos com a camiseta da campanha onde se lê
"Corrupção. Não leve. Não aceite. Denuncie".
No dia 10, também em São Paulo, no Memorial da América
Latina, vai acontecer o seminário Controle da Transparência, com a presença de
Jorge Hage e Miguel Reale Jr, entre outros. O seminário será aberto ao público
e as inscrições devem ser feitas através do site.
Está prevista ainda uma ação no próximo dia 24 de novembro,
num jogo de futebol da Série A 2 entre os times Guaratinguetá e Barueri, quando
os jogadores do Guaratinguetá deverão entrar em campo com a camisa da campanha
e para logo depois lançá-las aos torcedores.
Recentemente, o comando da Polícia Militar de São Paulo
convidou o coordenador da campanha para uma palestra e, no final deste mês,
Livianu deve viajar ao Rio de Janeiro para apresentar a campanha às escolas de
Ministérios Públicos de todo o país.
Agência O Globo.
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