Os cyber ataques iniciados na
sexta-feira, 12, e que já atingiram cerca de 150 países mostram que nem mesmo
as grandes companhias estão imunes a crimes digitais. Para quem compra produtos
ou faz transações financeiras pela internet, a recomendação de especialistas é
redobrar o cuidado, pois golpes e fraudes têm se tornado cada vez mais
sofisticados.
"Uma característica comum às
fraudes na internet é que elas envolvem temas do momento", diz Camillo Di
Jorge, presidente da Eset no Brasil. No início do ano, a empresa de segurança
com sede na Eslováquia detectou um vírus disseminado por e-mail sobre os saques
do FGTS. A mensagem, que prometia informar o calendário para retirada, roubava
senhas bancárias por meio de um programa instalado no computador de quem
baixasse o arquivo anexado.
Características do e-mail, como o
domínio (o que vem depois do símbolo @) e a identidade visual evidenciavam o
golpe. A artimanha, porém, poderia enganar usuários menos experientes.
Outro tipo de golpe que tem se
tornado frequente é o da loja falsa. Felipe Panniago, diretor de marketing do
site “ReclameAqui”, afirma que há casos de golpistas que respondem reclamações
de usuários, fraudam CNPJs e até contratam serviços de call center. "É
fundamental que a vítima exponha isso de alguma maneira, para evitar que outros
consumidores passem pela mesma situação", diz.
Para Bruno Cavalcante, a isca foi um
iPhone anunciado no site "Mr" por R$ 2 mil, valor abaixo do preço médio no
mercado. O produtor de eventos checou os registros da empresa vendedora e
entrou em contato com uma central de call center. Bem atendido, ele só se deu
conta da fraude dias depois, ao solicitar o código de rastreamento do produto e
não obter resposta. Cavalcante entrou em contato com seu banco e foi informado
de que o valor desembolsado havia sido bloqueado - mas não obteve ressarcimento.
Hoje, ele espera uma decisão da Justiça sobre o caso. O site está fora do ar.
Leonardo Moura, do escritório
Silveiro Advogados, diz que, quando um golpe digital é detectado, é necessário
fazer um boletim de ocorrência. Quanto a ações na Justiça, o entendimento é de
que o cliente deve ser amparado, porém cabe a ele ficar atento. "É cada
vez mais comum ver decisões que cobram do consumidor um nível mínimo de atenção
e zelo em transações eletrônicas", diz.
As informações são do jornal O Estado de S
Paulo.
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