quinta-feira, 23 de junho de 2016

Operação Turbulência da PF: prisões, apreensões e morte.


Dinheiro, carros de luxo, helicóptero, armas e uma lancha. Esse foi o balanço final da Operação Turbulência deflagrado nesta terça-feira (21) pela Polícia Federal (PF) de Pernambuco, como parte de um esquema milionário de desvio de recursos públicos em obras da transposição do São Francisco e da Refinaria Abreu e Lima.

Conforme levantamento apresentado nesta quarta-feira (22), a PF apreendeu dois helicópteros, uma lancha e oito carros importados na ação, também foram apreendidos dois revólveres calibre 22, um revólver calibre 38 e espingarda calibre 12. Todo o material, informou a PF, passará por uma perícia técnica.

Além dos bens de luxo e do armamento, foram apreendidos celulares e documentos, material no qual a PF pretende encontrar informações que apontem para o envolvimento de outras pessoas, o que levaria ao desdobramento das investigações.

As apreensões fazem parte de 60 mandados judiciais, entre eles cinco de prisão e 22 de condução coercitiva. Outros 33 foram de busca e apreensão.

A Operação teve como principal objetivo desmantelar um esquema criminoso de empresas fantasmas que teria desviado aproximadamente R$ 600 milhões. Parte do esquema de lavagem teria abastecido o caixa 2 da campanha à reeleição de Eduardo Campos (PSB) ao governo de Pernambuco, em 2010, e também a campanha presidencial dele em 2014.

Investigações da PF apontam ainda que os empresários presos durante a ação (João Lyra de Mello Filho, Apolo Santana Vieira, Paulo Sérgio de Barros, Eduardo Bezerra Leite e Arthur Lapa Rosal) recebiam dinheiro por supostos serviços nas obras do São Francisco e na Refinaria Abreu e Lima e repassavam para políticos do Estado.


Dentro do esquema que movimentou R$ 600 milhões entre 2010 e 2016, com fortes indícios de ter beneficiado duas campanhas do ex-governador Eduardo Campos, Paulo César Morato, que foi encontrado morto nesta quarta (22), em um motel em Olinda-PE, teria administrado uma fatia de R$ 18,8 milhões na Câmara & Vasconcelos, que aparece na investigação da Operação Turbulência como uma empresa de fachada em seu nome.


O valor foi repassado pela empreiteira OAS, investigada na Operação Lava Jato, por um serviço de terraplanagem na Transposição do Rio São Francisco. O dinheiro, na verdade, teria servido para a compra da aeronave que Eduardo usou na campanha, o Cesnna Citation PR-AFA.

A Polícia Federal apontou, ainda, que Paulo César Morato é dono de uma empresa chamada “Lagoa Indústria e Comércio”, que funciona no mesmo endereço da “Camboa Cerâmica”, pertencente a Eduardo Freire Bezerra Leite, preso na terça-feira (21) na operação.

O Senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) foi apontado pela Polícia Federal como responsável por intermediar transações financeiras das campanhas do ex-governador Eduardo Campos em 2010 e 2014.

"Indicativo que temos, apesar de não ser o foco da nossa investigação é que Fernando Bezerra Coelho tenha sido a pessoa encarregada de colher os valores do percentual devido para as campanhas do ex-governador Eduardo Campos, em 2010 e 2014", afirmou a delegada Andréa Pinho, que conduziu as investigações da Polícia Federal. O inquérito está no Supremo Tribunal Federal (STF) porque o senador tem foro privilegiado.

Prisões - Além de Eduardo Freire Bezerra Leite estão presos os empresários Apolo Santana Vieira (dono da empresa Bandeirantes Companhia Pneus), Arthur Roberto Lapa Rosal e João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho (filho do ex-deputado socialista Luiz Piauhylino).
Do JCOnline.

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