Em seu terceiro evento
político-partidário da semana, o senador Armando Monteiro Neto (PTB) direcionou
seu discurso para rebater as críticas feitas por integrantes do PSB aos seus
questionamentos sobre os índices socioeconômicos amargados pelo Estado. Diante
de uma plateia formada por 500 pessoas que compareceram ao almoço do Grupo de
Executivos do Recife (Gere), o petebista fez um apelo para que possa debater os
problemas de Pernambuco “sem patrulhamento” ou “clivagens políticas”.
“Precisamos cuidar para
que entendamos nossa posição relativa e não resvalemos para posições
ingenuamente otimistas. Temos um longo caminho a percorrer, mas precisamos que
todos tenham a compreensão do seu papel. Vamos ampliar o espaço de debate em
Pernambuco, sem patrulhamento ou clivagens políticas”, bradou Armando,
concluindo o discurso. Sua fala é uma resposta à reação de socialistas ao
resgate feito pelo petebista de dados incômodos à gestão de Eduardo Campos
(PSB), a exemplo do posicionamento do Estado no ranking de Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) e do Ideb.
Ontem, Armando citou ainda
outros pontos desconfortáveis a Eduardo. Disse, por exemplo, que o desafio do
Estado era investir em infraestrutura e mencionou a importância do Arco
Metropolitano, rodovia alternativa à BR-101, que ligará os polos Norte-Sul do
Estado. Após ser anunciada como uma vitrine do governo socialista, a obra foi
abraçada pelo governo federal e causou desconforto à gestão estadual.
Apesar do tom crítico,
Armando não escondeu a preocupação em evitar um enfrentamento direto com
Eduardo. Fez suas ressalvas, frisando que não estava se referindo a um “único”
governo. “Esses índices trazidos por mim não se traduzem num juízo de valor
negativo sobre um determinado governo. Não seria justo debitar isso na conta de
um único governo”, ponderou o senador.
Ao mesmo tempo, Armando
Monteiro procurou enfatizar que os o desenvolvimento do Estado não é obra
apenas de “governos”. Em outras palavras, tentou repartir o DNA sobre eventuais
avanços conquistados nos últimos anos. “Pernambuco precisa de mais sociedade e
menos governo. Os verdadeiros promotores do desenvolvimento são os
pernambucanos, os microempresários, os trabalhadores”, disse.
Ao ser questionado sobre a
pressão exercida pelo PSB a respeito de suas colocações, o senador voltou a
reivindicar “liberdade” para promover as avaliações, mas colocou-se como parte
integrante da gestão. “É a geografia das sensibilidades. Ela aumenta ou diminui
na medida em nos aproximamos das áreas de responsabilidade. É livre debater e
promover as avaliações. Todos sabem que não enderecei críticas diretas ao
governo do Estado e nem poderia porque sou parte desse processo”, afirmou
Armando. O PTB comanda a secretaria de Trabalho, Qualificação e Emprego.
Débora Duque.
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